segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

E SE? (Parte 2)

 ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 8 DE DEZEMBRO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS    

            Se eu, historiadora, pudesse voltar no tempo, na cidade, voltaria às semanas anteriores à demolição do 1º Grupo Escolar, em 1972, e me juntaria a nomes como Olivier Heiland e Nidoval Reis para impedir a destruição do prédio. Assim como eu presenciaria a colocação da pedra fundamental no lindo edifício do Paço Municipal, em 1906, só para ter ideia dos bilhetes e jornais que foram depositados na urna. Eu pediria a todos da época que escrevessem com mais clareza, para que eu não sofresse tentando desvendar suas caligrafias no futuro. (Em relação aos vereadores da Câmara, isso nem seria um pedido, seria uma exigência. Só eu sei como sofro com aquelas letras).

            Viajaria para 31 de março de 1900, no lançamento do primeiro jornal da cidade, O Sertanejo, para ver de perto a organização da redação. Conversaria horas e horas com o Cel. Jesuíno de Mello sobre as entrevistas que ele fez com os moradores antigos, quando escreveu a coluna “Tradição de Barretos”. Queria saber exatamente a opinião dele sobre a origem do Chico Barreto e da Ana Rosa. Eu o agradeceria muito!

            Iria para julho de 1932 quando Barretos abriu a lista de voluntários para a guerra paulista. Seriam inúmeras as perguntas aos soldados e às pessoas que viram a cidade se transformar num quartel de guerra. Começaria tentando encontrar o temível pistoleiro Aníbal Vieira, que ficou em Barretos lutando por São Paulo, aquartelado no prédio do Grêmio. Perguntaria a Ruy Menezes como era ser um jovem de pouco mais de 20 anos em uma missão tão violenta como aquela; já aproveitaria para lhe fazer muitas perguntas que me surgem quando leio e releio seu livro “Espiral”. Assim como eu tentaria descobrir as façanhas do livro “Caretas do Zé Menêis” de seu primo, José Eduardo de Oliveira Menezes, jornalista, cuja figura me instiga tanto.

            Adoraria ver a origem do Teatro Éden, nos anos 10, assim como conhecer o seu lendário proprietário, J. J. Martinelli. Eu ficaria triste em contar a ele que, em 1923, o teatro sofreria um incêndio. Aliás, eu descobriria se foi ou não acidente. [continua].

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