segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

E SE? (Parte 3)

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 15 DE DEZEMBRO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS   

            Se eu pudesse voltar no tempo, tagarela como sou, ficaria à sombra das antigas boticas e farmácias escutando as rodas de conversa sobre política. Voltaria, inclusive, a 1910, à farmácia de Ismael e Silvestre para presenciar a tal conversa sobre o nascimento do Grêmio. Da mesma forma, gostaria de ver a cara de “novidade” das pessoas quando ficaram sabendo da primeira cesariana feita na Santa Casa, em 1934, pelo médico baiano, dr. Francolino Galvão de Souza. E, numa boa prosa, perguntaria para ele sobre o que ele pensava a respeito do Cangaço na Bahia, especialmente sobre Lampião.

            Gostaria de ver a inauguração do Recinto de Exposições “Paulo de Lima Correia”, em 1945, e a inauguração do Cine Barretos no ano seguinte. Assistiria às peças de teatro da Sociedade Instrução e Recreio, em 1900, onde os coronéis Raphael Brandão e Antônio Olympio eram os próprios atores. Fico imaginando como era assistir um teatro, à noite, sem energia elétrica, somente com a iluminação a gás acetileno.

            Certamente aplaudiria a conferência da espanhola Bélen de Sárraga, no Grêmio, em 1911; assim como o concerto de Villa Lobos, em 1931, e a conferência de Menotti Del Picchia, em 1943. Aproveitaria para conversar muito com o Cel. Silvestre de Lima, indagando-o sobre o que ele pensava do conceito de República, e o que ele sabia sobre os assassinatos do Barthmann, em 1909, e do Francisco Itagyba, em 1916.

            Retornaria a fevereiro de 1979, só para dar um abraço bem apertado na Profª Lydia Scannavino Sccortecci pelo brilhante ato em ter inaugurado o museu municipal. Igualmente, aplaudiria as professoras Lúcia Lex, Glorinha, Joanna Monte Bastos e Noemi Nogueira pelo trabalho árduo que tiveram levando Educação a uma cidade tão pequena e isolada. Conversaria sobre política com Antônio Narciso Júnior, Lutgardes Bastos, Matinas Suzuki, Nadir Kenan e outros tantos para conhecerem suas visões quanto à cidade. Eu também viveria momentos épicos nas greves operárias dos trabalhadores lituanos que viviam nos arredores do Frigorífico Anglo. [continua].

 

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