segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

E SE?

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 1 DE DEZEMBRO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS   

            “E se você tivesse uma chance de voltar ao passado da cidade, com quem você queria conversar e o que perguntaria?” Essa é uma das perguntas que as pessoas geralmente fazem a mim, uma historiadora curiosa e tagarela. E é uma pergunta difícil, pois a quantidade de entrevistados e de perguntas seria grande. Quase interminável. Afinal, as lacunas da história da cidade são infelizmente expressivas.

            Mas, usemos da imaginação (recurso indispensável ao historiador) para responder a essa questão. De primeira, eu sentaria frente a frente com o curioso Cel. Almeida Pinto e teria uma boa prosa com ele sobre o que pensava quando era mais novo, no século XIX. Sabendo que ele era um grande defensor da República, queria saber sobre suas ideias quanto à escravidão e sobre os caminhos que ele percorreu. Esse personagem me intriga, era praticamente onipresente, popular e querido pela maioria.

            Outro que eu teria uma longa conversa seria Osório Rocha, que além de perguntar sobre assuntos do seu “Barretos de Outrora”, eu discutiria muito sobre política, especialmente sobre as ideias que ele defendia nos anos 30. Conversaria com Francisco Xavier de Almeida Júnior, Marcello Tupynambá e Emílio José Pinto para que eles me descrevessem exatamente como era Barretos no início do século XX e me explicassem por que “raios” vieram morar na “cidade do boi”. Jorge Andrade eu teria até receio de conversar, de tão ilustre que o considero; mas, eu ficaria horas conhecendo de onde veio tanta inspiração para a sua escrita forte e necessária no Brasil.

            Quanto às mulheres, Rita Parnaíba e Inácia Homem seriam minhas primeiras candidatas sobre a origem do vilarejo. Depois, as professoras Noemi Nogueira, Lúcia Lex e as pianistas Haydée Menezes e Adelaide Gallati me contariam sobre como era ser mulher e conseguir produzir tanto quanto fizeram à cidade.

            É, caro leitor, eu precisaria de muito mais linhas para mostrar a vocês as curiosidades e as dúvidas que habitam a fértil mente desta historiadora aprendiz.

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