terça-feira, 8 de outubro de 2019

O TEATRO AURORA – PARTE I

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 08 DE OUTUBRO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS 

Teatro Aurora, posteriormente denominado Santo Antônio,
à Rua 20, esquina da avenida 17.

(Fonte: acervo do Museu "Ruy Menezes").

            Ainda com o nome de “Rua Alfredo Ellis”, a atual Rua 20, adjacente à avenida 17, ostentava o imponente prédio do “Teatro Aurora”. Edifício que além de modernizar a paisagem urbana com sua pomposa arquitetura numa cidade que ainda ensaiava ares modernos, era também lócus de propagação de cultura e arte. O prédio do teatro ainda se mantém firme, mesmo com aparentes intervenções e divisões comerciais; ali ele resiste em silêncio, mas, para quem tem olhos sensíveis ao passado da cidade, enxerga em seus paredões possíveis passagens que marcaram a história local.
            O prédio foi construído em 1911, era de propriedade de Antônio Witzel – empreendedor na cidade anos antes com a central telefônica e a Empresa Orion. Depois de ter participado de sua inauguração em 1912 e suas primeiras contratações, em junho, Witzel fora assassinado a tiros em Barretos. Não viu seu teatro prosperar.
            E prosperou. Sua inauguração ocorreu em 27/1/1912, com suntuoso baile e oradores, cujas impressões foram transmitidas à imprensa paulista, tanto que “O Estado de S. Paulo” anunciava que no baile seguiram: “dançando sessenta pares no vasto salão, até as 4 horas da manhã. A iluminação e o serviço de buffets foram irrepreensíveis”. Mas, dois dias antes de sua inauguração, o Teatro Aurora já havia sido palco do recital da cantora italiana Clotilde Morosini. Após a inauguração, seguiu seu curso com contratações de companhias artísticas, que se apresentavam por dias, semanas ou meses na cidade. A primeira delas foi a Companhia Carrara, que, em 1912, já possuía 41 anos de atividades no Brasil. Seu proprietário era o ator Luiz Carrara, o qual fechou contrato para 8 apresentações naquele teatro, sendo elogiado pela imprensa. Inclusive, o jornal “O Sertanejo” enalteceu uma de suas atrizes, Justina Laverone, como “uma das de mais talento natural que temos visto pisar o palco da língua portuguesa”.
            Depois da Companhia Carrara, outras vieram abrilhantar o palco do Aurora; que não só de aplauso e pompa se sustentou. [continua].

Fontes:
ROCHA, Osório. Barretos de Outrora. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1954, p. 9, 276-7.
ROCHA, Osório. Reminiscências, volume I. Ribeirão Preto, Editora Cori, s/d, p. 186, 188.
O SERTANEJO, jornal hebdomadário de Barretos. Ed. 380, ano 1912. Acervo do Museu "Ruy Menezes".
O ESTADO DE S. PAULO, jornal de São Paulo. Ed. 12099, ano 1912. Acervo da Biblioteca Nacional.

Link da publicação no site do jornal "O Diário":

Artigo original publicado no jornal "O Diário", 8/10/2019, página 2:

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