ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 08 DE OUTUBRO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
Teatro Aurora, posteriormente denominado Santo Antônio, à Rua 20, esquina da avenida 17. (Fonte: acervo do Museu "Ruy Menezes"). |
Ainda com o nome de “Rua Alfredo
Ellis”, a atual Rua 20, adjacente à avenida 17, ostentava o imponente prédio do
“Teatro Aurora”. Edifício que além de modernizar a paisagem urbana com sua
pomposa arquitetura numa cidade que ainda ensaiava ares modernos, era também lócus de propagação de cultura e arte. O
prédio do teatro ainda se mantém firme, mesmo com aparentes intervenções e
divisões comerciais; ali ele resiste em silêncio, mas, para quem tem olhos
sensíveis ao passado da cidade, enxerga em seus paredões possíveis passagens
que marcaram a história local.
O prédio foi construído em 1911, era
de propriedade de Antônio Witzel – empreendedor na cidade anos antes com a
central telefônica e a Empresa Orion. Depois de ter participado de sua
inauguração em 1912 e suas primeiras contratações, em junho, Witzel fora
assassinado a tiros em Barretos. Não viu seu teatro prosperar.
E prosperou. Sua inauguração ocorreu
em 27/1/1912, com suntuoso baile e oradores, cujas impressões foram
transmitidas à imprensa paulista, tanto que “O Estado de S. Paulo” anunciava
que no baile seguiram: “dançando sessenta
pares no vasto salão, até as 4 horas da manhã. A iluminação e o serviço de
buffets foram irrepreensíveis”. Mas, dois dias antes de sua inauguração, o
Teatro Aurora já havia sido palco do recital da cantora italiana Clotilde
Morosini. Após a inauguração, seguiu seu curso com contratações de companhias
artísticas, que se apresentavam por dias, semanas ou meses na cidade. A
primeira delas foi a Companhia Carrara, que, em 1912, já possuía 41 anos de
atividades no Brasil. Seu proprietário era o ator Luiz Carrara, o qual fechou
contrato para 8 apresentações naquele teatro, sendo elogiado pela imprensa.
Inclusive, o jornal “O Sertanejo” enalteceu uma de suas atrizes, Justina
Laverone, como “uma das de mais talento
natural que temos visto pisar o palco da língua portuguesa”.
Depois da Companhia Carrara, outras
vieram abrilhantar o palco do Aurora; que não só de aplauso e pompa se
sustentou. [continua].
Fontes:
ROCHA, Osório. Barretos de Outrora. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1954, p. 9, 276-7.
ROCHA, Osório. Reminiscências, volume I. Ribeirão Preto, Editora Cori, s/d, p. 186, 188.
O SERTANEJO, jornal hebdomadário de Barretos. Ed. 380, ano 1912. Acervo do Museu "Ruy Menezes".
O ESTADO DE S. PAULO, jornal de São Paulo. Ed. 12099, ano 1912. Acervo da Biblioteca Nacional.
Link da publicação no site do jornal "O Diário":
Artigo original publicado no jornal "O Diário", 8/10/2019, página 2:
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