ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 11 DE FEVEREIRO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
O Museu “Ruy Menezes”, sediado no antigo Paço Municipal, guarda em seu acervo retratos individuais pintados a óleo. Quando expostos no salão principal do Museu, sempre se tem a impressão de que aqueles retratos são inerentes ao espaço. E, de certa forma, são mesmo. Não somente por retratarem os primeiros “figurões” da política barretense, mas por estes utilizarem do espaço público (prefeitura) para expô-los.
José Monteiro França, pintor paulista. (Fonte: Revista Illustração Paulista, 13/06/1912, ed. 72, p. 14; Arquivo da Biblioteca Nacional) |
O Museu “Ruy Menezes”, sediado no antigo Paço Municipal, guarda em seu acervo retratos individuais pintados a óleo. Quando expostos no salão principal do Museu, sempre se tem a impressão de que aqueles retratos são inerentes ao espaço. E, de certa forma, são mesmo. Não somente por retratarem os primeiros “figurões” da política barretense, mas por estes utilizarem do espaço público (prefeitura) para expô-los.
Os retratos foram pintados no início do
século XX, num momento em que a política barretense já se consolidava em núcleos
partidários, líderes e até possuía conflitos. Os espaços públicos de
administração mal tinham sido edificados, visto que o Paço Municipal só foi
inaugurado em 1907. Este fator tornava o edifício da Câmara Municipal, alugado,
o principal centro de sociabilidade da classe política. Isto é, antes de 1907
era a Câmara Municipal o destino certeiro dos retratos de determinados líderes
políticos; posterior àquele ano, o Paço Municipal assumia essa função.
Em destaque, alguns dos retratos individuais no prédio do Museu municipal, na ocasião de sua inauguração, em 1979. (Fonte: Arquivo do Museu "Ruy Menezes") |
O Paço Municipal, inclusive, não era um
local só de aparatos administrativos, reservava-se também como um recinto de
recepções e bailes. Para tal, sua estrutura mantinha na fachada uma arquitetura
atraente e convidativa, ao passo que, internamente era adornado por pinturas
nas paredes, além dos retratos individuais. Osório Rocha, memorialista,
declarava sobre isso na imprensa: “Havia, para alegrar a vista e sacudir a
inspiração da Prefeitura, a arborização do Pátio, os retratos a óleo pendentes
das paredes e, sobretudo, a pintura das ditas paredes, que era tida na conta de
obra prima e só foi substituída em 1917” [sic]; (Correio de Barretos,
11/07/1920).
Com o ambiente envolto a obras de arte,
intrínsecas ao prédio ou nele penduradas, mais do que saber quem são os
retratados, a reflexão que fica é quanto aos seus autores e suas intenções. Quem
são esses pintores retratistas? Conheceremos dois deles: Agnello Corrêa e José
Monteiro França.
Fontes:
Jornal “Correio de Barretos” (Barretos/SP), de 11/07/1920, publicado em: ROCHA, Osório Faleiros (in memoriam). Esboços: 60 anos de jornalismo (Volume 1), p. 95-6.
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