quarta-feira, 25 de março de 2020

RETRATISTAS E RETRATADOS (PARTE II)

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 18 DE FEVEREIRO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS

  
            Agnello Corrêa, vindo de Campinas, foi o primeiro pintor de retratos a óleo que o jornal “O Sertanejo” anunciava como visitante em Barretos no ano de 1905. Artista reconhecido em Campinas, viajava entre várias cidades do interior paulista apresentando obras de retratos individuais de governantes políticos, além de produzir retratos por encomendas de pessoas das localidades por onde visitava.
Esses retratos – do tipo pintura – desde o século XVI no Brasil tentavam enfocar personagens “importantes”, vistos como “históricos e políticos”. Mas, a partir do século XIX, tornaram-se mais intimistas, passando a simbolizar ascensão social (como no caso dos fazendeiros de café). Mesmo com os recursos da reprografia e da fotografia, os retratos a óleo ainda eram benquistos pela “elite social e letrada”, por permitirem o uso de cores (diferente do preto e branco da foto), a dedicação nos traçados na face do retratado, além da assinatura do pintor. Muitos destes quadros eram encomendados como presentes ao retratado homenageado, para serem pendurados em suas residências ou nos edifícios públicos (no caso daqueles que ali ocupavam cargos).
Assim, ocorreu em Barretos, onde, no ano de 1905, Agnello Corrêa retratou personalidades conhecidas como o dr. Antônio Olympio Rodrigues Vieira (prefeito), João Baptista Martins de Menezes (Juiz de Direito), Olavo de Carvalho (serventuário do cartório e maestro), Raphael da Silva Brandão (presidente da Câmara), Francisco de Almeida Silvares (tabelião); além de ter vendido à Câmara Municipal retratos do presidente da República, sr. Rodrigues Alves, e do presidente do estado de São Paulo, Jorge Tibiriçá.
A Câmara Municipal foi o principal destino destes quadros, e, depois de inaugurado, o Paço Municipal se reservou a isso. Tanto que, o prédio da antiga prefeitura hoje abriga o Museu “Ruy Menezes”, e, ali encontram-se arquivadas algumas das telas de Agnello Correa; especialmente a do governador Jorge Tibiriça, do prefeito Antônio Olympio e do Cel. Raphael Brandão. [continua].

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