ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 17 DE MARÇO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
Sede do Grêmio Literário e Recreativo de Barretos em 1918. (Fonte: Álbum Comemorativo do 1º Centenário da Fundação de Barretos). |
A Gripe Espanhola, alastrada em
1918, é o caso mais citado de pandemia na história mundial, e constantemente
revisitado. Isso porque, na época, os números de infectados (estima-se em 500
milhões de pessoas) e de vítimas foram alarmantes, afinal 3% da população
mundial teria sido morta. O contexto histórico dava-se em meio à 1ª Guerra, época
de grandes aglomerações internacionais – principalmente nos campos de batalha,
contribuindo para a rápida disseminação além-mar. O contato entre as massas
urbanas já emergentes neste período, somadas à incipiente estruturação da saúde
pública, a falta de profissionais preparados e a inexistência de remédio para a
cura, contribuíam ainda mais para a contaminação pelo vírus em todos os
continentes.
No Brasil, os estragos não tardaram
a chegar, inclusive com várias mortes de pessoas conhecidas. Em vários cantos
do país há registros sobre a chegada dessa doença tão avassaladora. Em nossa
cidade, por exemplo, os casos da gripe espanhola se espalhavam dia a dia,
atingindo crianças, adultos e idosos e fazendo vítimas a todo instante. O caso
foi tão grave que nem o único (e pequeno) hospital existente – a Casa de
Caridade que funcionava na Sociedade Espírita “25 de dezembro” – conseguia
atender a demanda. Logo, o Grêmio Literário e Recreativo disponibilizou sua
sede para se tornar um “hospital provisório” a fim de abrigar os doentes, notadamente
os desvalidos, contando com os serviços dos profissionais da saúde e de leigos
voluntários.
Passados mais de cem anos, como a
cidade se preparará para uma nova pandemia? Os tempos são outros, o arsenal de
remédios e a medicina evoluíram; mas, seria isso o suficiente? Que aprendamos a
pensar em saúde pública!
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