ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 19 DE MAIO DE 2020
(página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
São infinitas as possibilidades que
a internet oferece a navegantes confinados como nós. “Navegantes confinados”
parece não ser um bom termo, mas totalmente apresentável nos tempos de hoje:
confinados em nossas casas, mas navegantes pelos mares sem fronteiras da
internet. Uma das ferramentas virtuais disponíveis é a abertura dos acervos dos
grandes museus do mundo e do país a seus apreciadores. Pelo toque dos dedos é
possível chegar bem perto de obras e objetos de museus distantes de nós. Uma
interessante dicotomia de espaço (físico e virtual) e de tempo (passado e
presente).
A Pinacoteca do Estado de São Paulo,
museu de arte criado pelo governo paulista em 1905, é uma destas instituições que
disponibilizaram seu rico acervo online. E que preciosidade de acervo! São
cerca de 11 mil peças guarnecidas em seus dois edifícios: a Pinacoteca Luz e a
Pinacoteca Estação. De todas essas, algumas são selecionadas e expostas de
forma temática em longa duração. E é justamente a maneira como essas coleções
são expostas que cria no espectador um canal direto com a história paulista
(além da história nacional da arte).
Chama a atenção os espaços
destinados à arte paulista, contextualizada aos pintores acadêmicos e
modernistas, que, cada qual ao seu estilo, fizeram parte de momentos relevantes
da história do estado. A contextualização histórica presente nos painéis
ladeados pelas telas, incitam o público a conhecer a história paulista através
das pinceladas – as quais facilmente nos transportam aos áureos tempos do café,
à Revolução de 1932, ao IV Centenário de São Paulo e a outros períodos de São
Paulo. A contar ainda com a presença da história do interior paulista, com as
temáticas regionalistas de Almeida Júnior, e das paisagens eternizadas por
pintores paulistas como Monteiro França e Campos Ayres (que, inclusive,
visitaram Barretos em 1917 e 1926).
O passeio virtual vale à
pena. Qualquer que seja o olhar do visitante – histórico ou artístico– a
Pinacoteca cumpre seu papel de museu; de templo de inspiração.
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