sexta-feira, 11 de julho de 2008

Grandezas: o Homem e a Imprensa

Aprendi que grandes manchetes fazem grandes artigos, grandes artigos fazem grandes homens e grandes homens fazem grandes jornais.
Nesse sentido, jornalistas, políticos, literatos, historiadores e outros escritores se correspondem de acordo com as expectativas de seu público, com a finalidade de engrandecer os fatos e aprimorar seus próprios pensamentos. Além disso, as questões dos "pontos de vista" e dos "valores ideológicos" são sempre presentes em quaisquer notícias ou crônicas.
Destarte, o primeiro jornal de nossa cidade, "O Sertanejo" (1900 - 1915), preocupou-se com os valores tradicionais de Barretos, visando a transmissão e a conservação da história. A começar pelo seu próprio nome, no qual designava, de forma sútil, a povoação do interior, distante dos grandes centros urbanos. Em declaração da época, disse Emílio José Pinto sobre a denominação "O Sertanejo": "título sugestivo pela atração da simplicidade como pela beleza do próprio vocábulo...".
"Crimes espantosos, bigamia, desonra, infanticídio e parricídio!", era o que dizia a manchete do primeiro suplemento da imprensa barretense, publicado pelo mesmo jornal, em outubro de 1900. Nessa edição, por exemplo, contou-se o caso do assassinato do lavrador "Juca Branco", acusado de cometer diversos crimes, assassinado pelo seu próprio filho. Percebe-se, pois, que este jornal, paralelo a artigos culturais, publicava também os fatos do cotidiano, como a "abolição da escravatura" e temas sobre "trabalho".
O primeiro redator-chefe do jornal foi o ex-intendente municipal, Cel. Silvestre de Lima, que, era muito reconhecido por seus artigos e poesias. Tanto reconhecimento valeu-se por transcrever estes artigos, publicados em "O Sertanejo", em jornais do Rio de Janeiro, de São Paulo e Minas Gerais. Por esse e outros motivos, Osório da Rocha afirma que "foi O Sertanejo que contou ao Brasil a existência de Barretos".
Portanto, o início da imprensa em Barretos foi marcado por uma designação realmente válida, pelos habitantes sertanejos que aqui tinham seus peculiares modos de vida. Infelizmente, o acesso ao jornal em ler e escrever era muito restrito, por conta do pavoroso analfabetismo que assombrava a maioria da população. No entanto, ainda hoje podemos interpretar seus artigos em trabalhos acadêmicos, bem como associar a mentalidade cultural da época à civilização continuamente sertaneja atual.


REFERÊNCIAS:
ROCHA, Osório. Barretos de Outrora. 1954.
Documentos do Museu "Ruy Menezes".
Filme: "Chegadas e Partidas", diretor: Lasse Hallström
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL ''O DIÁRIO'' (BARRETOS/SP), EM 11 DE JULHO DE 2008.

6 comentários:

Unknown disse...

Eiitaa..
Essa é a prima que dá mais orgulho pra familiaa..
Parabéns amore..seus artigos são ótimos e seu blog tá lindo..
Beeijos ;*

Unknown disse...

OIIIII Armani, parabéns por mais este artigo. Como sempre bem escrito e muito bem pesquisado. Sou seu fã, falta só o autografo. hehehe. parabéns pelo blog...bjão td de bom.

Unknown disse...

Nada mais gratificante do que fazer algo com tanto amor, e agradar as pessoas de maneira que perca um tempinho da vida pra comentar e elogiar seu trabalho. rsrsrsr
Bom como te disse não comentei antes porque estava meio atrasado, mas agora com certeza faço questão de estar aqui. Parabéns você já é uma vencedora... Continuem assim com seus belos trabalhos. E considere-se uma menina de ouro... Porque menina como você esta em falta... Inteligência pra mim é uma qualidade forte e fundamental no mínimo... Bjus TDB...e de hoje em diante sempre estarei passando por aqui ^^...BJUSSS ...jah seu Fã number one!

Museu "Ruy Menezes" - Barretos/SP disse...

Karlinha,
Sua curiosidade a faz rara.
Sua dedicação a faz essencial.
Sua simpatia a faz especial.
Sua inteligência produz ótimos artigos,rsrs..... parabéns!
bjos,

Unknown disse...

Meus parabéns Lady Armani.
O formato de comentário que terei que fazer é somente de elogios diretos, pois, não tem uma linha se quer que mereça crítica construtitva.
A clareza dos fatos e a linguagem utilizada no artigo só nos aproximam ainda mais do passado não tão distante.
Tenha uma boa inspiração para o próximo, pois, estou por esperar.
abraços e bjs
\o

Priscila Trucullo disse...

Continuando os vários elogios, que ótima produção textual e que rico vocabulário. Já estou tendo que usar dicionário pra te acompanhar!

Sobre o tema...
Destaque a influênca ideológica presente na produção escrita, não só jornalística, como em todas, se bem que, mais nesta. Não há como evitar tal tendência, pois nós escrevemos o que somos. O que cabe ao historiador é fazer a crítica interna desses documentos.Também à restrição elitizada do direito de ler.
Notei o seu gosto aprimorado pelo sertanejo, o mais exaltado e predominante na história barretense. Muitos parabéns, senhorita Armani!
OBS.: mas conhecida como FEIAAA!!!