domingo, 5 de abril de 2009

HISTÓRIA NA SALA DE AULA

Ensinar História hoje pode-se dizer que é um desafio misto de paciência, dinâmicas e leituras. É bem verdade que em todas as épocas houveram aberturas ou dificuldades no ensino, pois, por maiores que sejam as diferenças entre os homens e as gerações, somos partes da mesma espécie e, por isso, algumas características permanecem mesmo com o passar dos tempos. Alguns falam que “antigamente”, nos tempos dos avós, o ensino era melhor porque havia ordem e respeito, outros, porém, relatam que não adianta ter ordem se não há também reflexões, liberdade de opinião, críticas e debates. As opiniões são divergentes, e os professores atuais buscam alternativas que estão ao seu alcance para estimularem os jovens, tão precocemente informados, a compreender o passado e a valorizá-lo.
O respeitável historiador inglês Eric Hobsbawn já disse: “... quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso, os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes que nunca no fim do segundo milênio”. Ou seja, a geração atual de jovens preocupam-se demasiadamente com o presente, sem se dar conta do passado comum que possuem. É neste ponto que os historiadores e os professores de história são fundamentais para a educação, demonstrando o valor, a complexidade e o significado do passado.
Para tal, os historiadores e os professores unem respectivamente a “pesquisa histórica” e o “saber histórico escolar” com a finalidade de trazer conhecimento aos alunos. Na prática docente de sala de aula, os professores são orientados a utilizarem os mais diversificados recursos pedagógicos, como apresentações audio-visuais e textos complementares de diversos teores. Mas, como executar tal orientação se muitas vezes as escolas não dispõem de tais recursos? Ou ainda, como ensinar e refletir com os alunos a complexidade da história, se a disponibilidade de aulas é tão pequena (três ou até duas aulas semanais)?
É muito fácil culpar o desinteresse do aluno e os erros dos livros-didáticos, tapar os olhos e não considerar os imensos problemas culturais que vivemos. Muitos alunos não se identificam mesmo com a aprendizagem de História e até a recusam, por certo isso acontece pela falta de oportunidades e estímulos da escola e da família. Por fim, algumas crises abalam nosso sistema educacional há muito tempo, soluções estão tentando ser aplicadas, contudo, o ensino de História e de outras ciências humanas clamam por maiores atenções. Afinal, os alunos, os professores e toda a sociedade merecem ser conhecedores de seu passado e presente e ainda caminharem para a construção da cidadania autêntica!

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP), EM 03 DE ABRIL DE 2009.

5 comentários:

pedro meinberg disse...

perfeito. mas as aulas de geografia, e agora de sociologia e filosofia já estão nas grades das escolas públicas e privadas para proporcinar aos mais jovens essa maior reflexão, que se refere, sobre o passado, presente e futuro da nossa cultura. e o importante também é, na escola, se buscar compreender a cultura do outro (indígenas, mulçumanos, orientais em geral...).
eu não farei licenciatura (ao menos até agora penso na graduação só fazer bacharelado), mas a luta é fundamental para se conseguir uma sociedade esclarecida, emancipada e tudo mais...

Preta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Preta disse...

"Houveram" é FODA!

Profª Karla disse...

Houveram: 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.

=)

Anônimo disse...

Oi prof. Karla, adorei seu texto,amo a aula de história, e acho que na epóca dos avós era bem mais facil do que a sua sala agora não é?