sexta-feira, 22 de maio de 2009

O MUSEU EM HARMONIA

“E o futuro não é mais
como era antigamente”.
(Índios – Renato Russo)


O Museu Histórico, Artístico e Folclórico “Ruy Menezes” é abrigo de valiosas peças históricas, que, interligadas umas as outras transmitem sensações incríveis, como se viajássemos no tempo e presenciássemos descobertas e invenções das épocas passadas. Durante a visita, quando as pessoas percebem a ordem do acervo e os contextos relacionados com a história que aprendemos na escola, a viagem no tempo se torna mais nítida e naturalmente mais interessante.
Entre as salas do Museu, a Sala das Máquinas possui um cenário semelhante ao que chamamos hoje de “escritórios de época”. A começar pela própria iluminação sombreada, poucas luzes e, estas, direcionadas especialmente aos objetos. A primeira visão é focada nos telefones, onde o telefone de parede de 1910 (movido à manivela) e a Central Telefônica de 1920 formam uma bela dupla para explicar a maneira de se telefonar no início do século XX e a extinta profissão da telefonista.
Em seguida, são avistados os rádios com materiais desde madeira e pano até baquelite, de cores e tamanhos variados. Ao lado estão as máquinas de escrever, sempre em ordem cronológica. A primeira é a chamada “Gundka-5”, importada da Alemanha em 1910, é uma máquina de escrever de uma tecla só e sempre desperta aquela famosa trilha sonora das crianças “oh...”. Depois, são observadas as máquinas das décadas de 30, 40, e 50, já com os teclados convencionais. Percebemos que a tendência é sempre diminuir o tamanho e o peso destas máquinas.
As televisões são fantásticas! São diferentes as suas formas, a mais antiga, Televisão “General Eletric”, aparenta ser mais que um aparelho, é também um móvel da sala de estar, toda de madeira e tecido trabalhado. A imaginação começa a criar asas, quando voltamos nossos pensamentos na década de 20 ou 30 e imaginamos o choque de um homem adulto no momento em que viu a televisão pela primeira vez, a curiosidade. Alguns homens, nesta época, não entendiam como um mesmo ator aparecia em duas novelas consecutivas, sendo que seu personagem tinha morrido na primeira.
Estes impactos demonstram a chegada das tecnologias em diferentes épocas e revelam que a modernização sempre existiu, ela somente se adapta às novas condições do homem. Portanto, a função do Museu é levar o conhecimento sobre estas tecnologias, para que as pessoas as enxerguem com outros olhos - um olhar histórico. A harmonia e cumplicidade em que estão organizadas as peças, são os motores da nossa imaginação, é algo que nos faz sair dos livros, mergulhar nos sentidos e sentir a história viva!


ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP), EM 22 DE MAIO DE 2009.

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