O ano de 2010 foi instituído pelo governo federal como o Ano Nacional Joaquim Nabuco, através da Lei 11.946, por conta do centenário da morte de um dos mais lembrados políticos brasileiros: Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo. Breves pinceladas sobre sua biografia nos ajudarão a entender os motivos que levaram os brasileiros a recordarem a trajetória de um político do século XIX, que, nos dias de hoje, poderia ter sido esquecido pelo tempo.
Pernambucano, nascido em Recife no dia 19 de agosto de 1849, era filho do então Senador José Tomaz Nabuco de Araújo e de Ana Benigna Barreto Nabuco de Araújo. Mais tarde, Joaquim Nabuco tornara-se bacharel em Letras e em Direito. A influência do pai, político na primeira fase do Segundo Reinado, foi um dos principais fatores que condicionaram a vida política de Joaquim, sendo designado deputado geral por sua província. Além disso, foi também um dos principais diplomatas da época, atuando em Londres e em Washington como Embaixador do Brasil.
No entanto, Joaquim Nabuco acima de todas estas atividades, era renomado “abolicionista”, fato que certamente marcou sua posição como um homem que enxergava “além de seu tempo”. Em 1883, quando estava na Europa, Joaquim Nabuco publicou a obra “Abolicionismo”, que entre alguns dizeres expressava o seguinte pensamento: Abolicionista são todos os que confiam num Brasil sem escravos; os que predizem os milagres do trabalho livre, os que sofrem a escravidão como vassalagem odiosa imposta por alguns, e no interesse de alguns, à nação toda, os que já sufocaram nesse ar mefítico que escravos e senhores respiram livremente; os que não acreditam que o brasileiro, perdida a escravidão, se deite para morrer, como o romano dos tempos dos Césares, porque perdera a liberdade.
Quando a República foi proclamada no Brasil, Joaquim Nabuco se afastou do cenário político nacional, isto porque era defensor do ideal monarquista. Esta atitude foi reconhecidamente digna de ser lembrada, pois demonstra o quão autênticos eram os princípios políticos de Joaquim Nabuco, durante um período em que a maioria dos políticos brasileiros mostrou-se como “marionetes” sem ideologias, que de uma hora para outra alternavam-se como monarquistas e de repente republicanos.
Por fim, em 17 de janeiro de 1910 Joaquim Nabuco faleceu em Washington e hoje, cem anos depois, homenageamos este político e escritor brasileiro como forma de reconhecimento de sua luta pelo interesse nacional, em principal no que diz respeito a tão esperada Abolição. Esperamos, pois, que este exemplo de princípios políticos seja retomado para a nossa atual sociedade, onde, muitas vezes, os políticos só alternam de partido e nada fazem pelo bem comum brasileiro.
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP), EM 22 DE JANEIRO DE 2010.
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