segunda-feira, 12 de julho de 2010

09 DE JULHO: A DATA MAGNA DE SÃO PAULO


“São Paulo espera que os barretenses saibam cumprir o seu dever”
Comissão de Alistamento de Barretos da Revolução de 1932.

            Mais um “9 de julho” é lembrado na memória paulista como feriado estadual em exaltação aos soldados da Revolução Constitucionalista de 1932. Embora a Revolução de 32 tenha sido um momento histórico importante na história do Estado de São Paulo, através de informais pesquisas durante esta semana, pude perceber que, entre os adultos, muitos paulistas não sabem o verdadeiro significado desta data e nem quando ela passou a ser feriado. E muitos se perguntam: afinal, porque 9 de julho é feriado?
Esta data é feriado em São Paulo desde o ano de 1997, quando o feriado foi criado graças a uma lei federal que permitiu a definição da Data Magna de cada Estado em forma de feriado civil. Trocando em miúdos, cada Estado brasileiro passou a possuir sua Data Magna exaltando seus principais momentos históricos. O Estado de São Paulo, como já era de se esperar, instituiu como feriado civil o dia “9 de julho” quando se iniciou o movimento constitucionalista de 1932 pela causa paulista.
A este termo, “causa paulista”, poderíamos definir uma série de motivos quando analisamos as intenções de São Paulo em tomar a frente de uma guerra contra o governo federal e seus Estados aliados. Os livros de História e trabalhos acadêmicos apontam que os principais motivos foram, sobretudo, a tentativa de retomada de poder dos paulistas que desde o início da República alternavam-se no poder, e também a luta pela “constitucionalização” do país a partir da recuperação da Constituição que há pouco tinha sido suprimida pelo Presidente Getúlio Vargas, autor de um governo que “de repente” subiu ao poder e ditatorialmente extinguiu a Constituição do país. Portanto, os interesses dos paulistas não eram somente em menção à reconstitucionalização do país, bem como mantinham os olhos focados em sua autonomia econômica e política.
Paralelo a isso, a nossa cidade de Barretos também viveu os curiosos momentos da Revolução de 32, onde os barretenses, inicialmente composto pelo grupo “Os 52 de Barretos”, atuaram não só na defesa da cidade contra as tropas federais, como também em outras cidades da região e em Portos como o Taboado, Porto Cemitério, Porto Antonio Prado e Porto Maricota. Ainda mais, o que há de mais impressionante nos relatos barretenses da Revolução de 32 é a aparente união que se formou na cidade em prol da causa paulista, onde mesmo alguns cidadãos nem sabendo dos reais motivos da luta se prontificaram em ajudar. E muitas reflexões atuavam como incentivo à luta, como exemplo a frase abaixo dita em discurso pelo saudoso Bezerrinha em 25 de julho de 1932 em frente ao Paço Municipal:
“São Paulo precisava fazer novamente bandeirantes. Nos tempos remotos, foram as bandeiras catar esmeraldas e pratas. Hoje, a bandeira de São Paulo entra pelo Brasil a fazer a sua reconstitucionalização. São Paulo luta para ser o escravo da lei, o servidor do direito, para obedecer à Justiça, para arma-se paladino da Liberdade”.

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL"O DIÁRIO" (BARRETOS/SP) EM 09 DE JULHO DE 2010.

REFERÊNCIA: Suplemento da ABC de julho de 1994.

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