ARTIGO PUBLICADO POR KARLA O. ARMANI NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 4 DE MARÇO DE 2011
Diariamente são publicadas no jornal “O Diário” duas notas chamadas “Memória” e “História” componentes do “Colunão”, coluna assinada por Domingues Neto e localizada no canto esquerdo da segunda página do jornal. Estas notas, para muitos, são atrativos interessantíssimos do jornal pois revelam os acontecimentos passados das datas em que são publicadas. Com isso, os barretenses passam a ter um contato maior com a história da própria cidade, uma vez que as datas recordam as inaugurações de instituições, nascimento, casamento e óbito de determinadas pessoas, assim como acontecimentos cotidianos que se tornaram marcantes ao longo do tempo.
As notas são assinadas com “Recordar é viver”, o que demonstra as intenções que lhes são cabíveis, isto é, trazer de volta um passado com o objetivo de revive-lo e não deixá-lo dormente. É claro que, quando se estuda história, a gravação de datas não é o ponto mais importante, em vista delas serem consideradas um segundo plano em relação ao contexto. No entanto, as datas são responsáveis pela localização deste contexto e elas podem situar mais precisamente o momento histórico em questão. Nesse sentido, o hábito de estudar e publicar datas é comum na imprensa barretense desde meados do século XX, já que o jornal foi o meio escolhido pela classe de “intelectuais” para propagar seus ideais e começarem a buscar a história da cidade. Como a história de Barretos no passado era escrita por uma classe restrita, o modo costumeiro de publicar os fatos passados e as “descobertas” era pelo jornal e o ponto central das discussões sempre foi a questão das datas, a preocupação primeira de todas as coisas.
Em 1943, o jornal “Correio de Barretos” lançava a coluna “Recortes – Coletânea de J.E.O.M” assinada pelo seu então diretor, sr. José Eduardo de Oliveira Menezes. Este, por sua vez, era uma das figuras mais procuradas nesta época quando se falava em história de Barretos, justamente por publicar em seu jornal notas que revelavam as datas marcantes da cidade, tais como inauguração de escolas e seus primeiros diretores, a atuação dos primitivos médicos, advogados e juízes em Barretos, realizações de conferências de visitantes ilustres e informações diversas sobre acontecimentos passados. Por essas e outras, o jornalista dizia receber arquivos históricos sobre Barretos de pessoas diversas e depois de analisá-los publicava no jornal.
Logo, não é só a história de Barretos que foi pesquisada ao longo do tempo, bem como sim as pessoas que a compuseram e o modo como fizeram. A prática de revelar as datas marcantes em jornais vem sendo perpetuada há tempos, e, por conta da perda de muitos jornais do começo do século XX, essas datas são muito benquistas pelos historiadores contemporâneos que as usam como âncoras para contextualizar os diversos momentos componentes da história de Barretos.
Ao Colunão os nossos reconhecimentos e o endosso de que “recordar é viver”.
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