ARTIGO PUBLICADO POR KARLA O. ARMANI NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", EM 18 DE MARÇO DE 2011
Pessoas do mundo inteiro se comoveram com a tragédia que devastou as cidades litorâneas do Japão, abaladas por terremotos e tsunami nesta última semana. Os japoneses, que bem conhecem e convivem com tremores quase que diariamente, foram surpreendidos por um terremoto de 8.9 na Escala Richter e um tsunami devastador na área litorânea. Os efeitos de tal tragédia climática não só causaram destruições materiais, bem como a morte de milhares de pessoas e riscos de explosões de usinas nucleares. Depois de vinte e cinco anos do acidente na usina de Chernobyl, na Ucrânia, não muito distante, parte do continente asiático se assusta com a possibilidade de maiores contaminações radioativas decorrentes de acidentes em usinas.
Com todos estes acontecimentos, acidentes, possibilidades e prevenções, a mídia televisiva enfoca seus anúncios em entrevistas com geógrafos, sismólogos, químicos, historiadores, ambientalistas e psicólogos, tudo para entender a tragédia climática em si e seus efeitos materiais e morais na vida das pessoas. Nesse sentido, assuntos sobre terremotos e tsunamis passam a fazer parte da vida das pessoas, que passam a acreditar que tais fenômenos estão ocorrendo com mais freqüência nos últimos anos, quando na verdade a globalização e a mídia sem fronteiras são as responsáveis pela grande bagagem de informações que o tempo todo rondam nossas vidas.
Deste modo, a acessibilidade em discutir tais assuntos tornou-se comum em vários momentos de nosso cotidiano, inclusive em uma conversa de esquina com o vizinho a até em diálogos na sala de aula. E é exatamente na escola que o assunto pode despertar o que os pedagogos contemporâneos adoram e denominam “interdisciplinaridade”, mostrando quão próxima é a relação do nosso cotidiano com o papel das disciplinas escolares. Em outras palavras, diante um assunto tão atual, professores de geografia, história, matemática, português e outros podem trabalhar em conjunto, mesmo que num curto espaço de tempo, demonstrando ao aluno que um assunto atual e rotineiro pode ser discutido em todas as disciplinas.
Assim sendo, o professor de geografia pode explicar sobre os significados de abalos sísmicos, porque acontecem e como podem ser evitados e estudados através da escala Richter. Como se trata de uma escala de princípios logarítmicos, entra em cena o professor de matemática explicando suas determinadas funções. Para estudar sobre os possíveis efeitos físicos destes abalos, é solicitada a explicação dos professores de química, física, biologia ou ciências. E ao professor de história é dada a função de contextualizar os principais fenômenos climáticos ocorridos ao longo do tempo que resultaram em novas condições históricas e sociais a populações de todo o mundo. Sendo tudo isso sintetizado em uma bela redação avaliada pelo professor de português.
Enfim, mesmo a mídia sendo muitas vezes sensacionalista, as informações destacadas por ela podem gerar estímulos e curiosidades a certos assuntos que são revertidos para dentro da sala de aula. Fato que coloca a escola num patamar muito próximo a nossa própria realidade.
Ao povo japonês a nossa solidariedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário