ARTIGO PUBLICADO POR KARLA O. ARMANI NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 27 DE MAIO DE 2011
Esquecimentos, dores físicas, stress e outros destes atribuídos fazem parte da rotina de muitas pessoas nos dias de hoje. Rotina, literalmente. A gama de informações que envolve o nosso cotidiano e as exigências sociais, que, por vezes, nos são impostas de maneira indesejável, podem ser nocivas à saúde. Na condição de “civilizados”, às vezes somos escravos do “demais” e do “de menos”, trabalhamos demais, preocupamo-nos demais, falamos demais, ouvimos menos, exercitamo-nos menos e dormimos menos.
Para o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, o tempo que vivemos hoje é caracterizado por um ritmo muito inconstante, onde o presente se renova a todo momento. Por exemplo, neste tempo as informações transmitidas de uma pessoa a outra, independente da distância entre as mesmas, são quase instantâneas. O tsunami no Japão foi notícia no mundo todo em apenas alguns minutos do início da tragédia. As pessoas buscam por novidades o tempo todo, seja na moda ou até mesmo em seus objetos pessoais. Somos movidos por uma insaciabilidade do novo, sendo que, segundos depois, aquilo não é mais novo, pois outro já tomou o seu lugar. Á esse tempo, Bauman estabeleceu a seguinte denominação: “tempo pontilhado”, ou seja, um tempo marcado por rupturas e descontinuidades, fragmentado em meio a múltiplos instantes.
Pois bem, o mundo visto por esta ótica parece até mesmo pessimista. Mas, a realidade em que vivemos é pautada nisso, num tempo inconstante, em que as coisas se renovam com muita facilidade e rápido demais. Por conta disso, criamos um estilo de vida também baseado na produção rápida e na exigência, principalmente no lado profissional, onde cada vez mais competência é sinônimo de concorrência. E às pessoas que não conseguem se equilibrar mediante a este estilo de vida, podem ter a saúde afetada.
Stress, dores em várias partes do corpo, enxaquecas e cefaléias podem ser desenvolvidas em pessoas que se tencionam com situações inconstantes do dia-a-dia. Mesmo a enxaqueca sendo uma doença acometida por pessoas que possuem pré-disposição genética, ela pode se agravar conforme fases difíceis da vida. No caso da cefaléia tensional, causada pela tensão ou por ansiedade dos indivíduos, as dores também podem ser muito constantes e intensas. Casos como estes são resolvidos à base de tratamentos médicos, que, na maioria das vezes, além de remédios, orientam também a prática de exercícios físicos e uma alimentação saudável.
Quer dizer, tudo aquilo que perdemos com esta vida do tempo pontilhado e das cobranças, isto é, os atributos mínimos de sobrevivência, como a prática de exercícios na luta contra o sedentarismo mórbido e a alimentação saudável, acabam sendo os remédios que mais necessitamos quando nos desequilibramos. A pergunta é: será que compensa viver nestes extremos do “de mais” e do “de menos”? A busca pelo equilíbrio certamente não é fácil, mas, do que vale a vida sem o sentimento de viver? Afinal, com ou sem preocupação, tudo sempre dará certo!
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