ARTIGO PUBLICADO POR KARLA O. ARMANI NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 1º DE JULHO DE 2011
É bem verdade que a internet e toda sua tecnologia revolucionaram a existência humana nos últimos tempos. Ligados e interligados por esta tecnologia revolucionária, os indivíduos da contemporaneidade necessitam cada vez mais deste recurso em seu cotidiano, seja para assuntos de trabalho ou de lazer. Em exibição na última terça-feira pela Rede Bandeirantes, o Programa A Liga demonstrou que o povo brasileiro, entre as nações de todo o planeta, é o que passa mais tempo conectado na internet diariamente. Destarte, as redes sociais e os sites de busca tornaram-se o instrumento ou o entretenimento mais conhecido no cotidiano brasileiro, mesmo o país ainda possuindo índices de analfabetismo e baixo número de acessibilidade à internet por habitante/km².
Diante a tela do computador e a conexão à internet, as pessoas são capazes de, em míseros segundos, romper as barreiras físicas do espaço interligando-se a culturas de outros países. Em outras palavras, a internet possibilita que conheçamos novos lugares, pessoas e textos sem nos movermos de onde estamos. A facilidade em fazer uma pesquisa na rede virtual favoreceu o trabalho de pesquisadores de todos os tipos, desde profissionais a até alunos que utilizam dos sites de busca para compor um trabalho escolar.
Num passado não tão longínquo, quando os professores solicitavam aos alunos que fizessem um trabalho, o local mais cogitado a se pesquisar era a biblioteca da cidade. E lá se passavam horas perante as extensas enciclopédias. Nos tempos atuais, são raros os alunos que procuram a biblioteca para fazer os trabalhos escolares, já que existe uma ferramenta fácil, rápida e ágil para se pesquisar: o Google. Para fazer um trabalho de história, por exemplo, é só digitar o tema que o Google quase que em passes de mágica fornece uma gama de opções de sites a serem pesquisados. Em conferência no Brasil no final de 2010, o historiador italiano Carlo Ginzburg explicou que a fecundidade de opções do Google parte do mesmo princípio que o “índice” dos livros, pois, do mesmo modo que o Google oferta a seus leitores a localização exata dos temas a serem pesquisados, o “índex” da Bíblia no século XII, por exemplo, orientava os padres professores universitários a encontrar mais facilmente os temas que queriam ler dentro dos complexos sermonários.
No entanto, um problema muito sério envolve a pesquisa em sites de buscas: a fragmentação de textos e a leitura distraída que muitos alunos praticam nas pesquisas. Geralmente os textos para pesquisas encontrados nos sites de busca revelam-se fragmentados, com frases soltas e até incoerentes, o que dificulta a apreensão por parte do aluno daquilo que se pretende ler. A pesquisa na internet deve ser minuciosa e sempre aliada à leitura de um livro, para que as informações sobre o objeto desejado sejam cruzadas com a pesquisa virtual.
Em um viés social, a internet facilitou as relações humanas e o olhar diante do desconhecido e o distante. Porém, como uma ferramenta de pesquisa, principalmente dentro das escolas em que os alunos estão em fase de aprendizagem, a internet deve ser “manuseada” com cuidado e sempre complementada por outras informações, pois a intelectualidade requer raciocínio, concentração, leitura, esforço e não admite espaço para os famosos “ctrl c” e “ctrl v”. Na era Google, a pesquisa deve ser facilitada e não meramente copiada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário