ARTIGO PUBLICADO POR KARLA O. ARMANI NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 15 DE JULHO DE 2011
Leitores amigos, quando vocês se lembram dos tempos das aulas de história na escola, qual é o principal assunto que lhe vem à mente? Certamente, muitos de vocês responderiam a Grécia Antiga, e por que? Estudar sobre os tempos dos gregos é muito mais do que entender a vida de uma das civilizações mais desenvolvidas da Idade Antiga, é, sobretudo, dialogar com o nosso presente que ainda persevera em absorver elementos da tradição grega. Ainda mais, são esses aspectos, intercâmbios entre passado e o presente, que fazem os alunos encontrar um fim útil em estudar história e a valorizarem como ciência.
Se dermos asas à imaginação e mentalizarmos quais são os aspectos gregos ainda presentes em nossa cultura, logo apareceriam o teatro, as olimpíadas, a filosofia, a matemática, a história, algumas expressões do cotidiano e o sistema político atual: a democracia. Além disso, o nosso alfabeto originário do latim possui sua gênese no grego antigo, visto que grande parte das palavras que utilizamos no dia-a-dia possui radicais gregos. Por tal permanência nas sociedades ocidentais ao longo dos dois últimos milênios, os elementos culturais gregos são conhecidos por nós como “clássicos”, ou seja, aquilo que nos é habitual, tradicional e permanente.
A mitologia grega, um assunto benquisto pela maioria dos alunos, ainda é de certa forma presente por conta de algumas expressões que adotamos em nosso cotidiano. Como exemplo, quando se fala sobre o ponto fraco de alguém ou de uma situação específica logo aparece o dito “calcanhar-de-Aquiles”; se o trabalho de um dia foi muito cansativo e árduo ele passa a ser chamado de “trabalho de Hércules”; ou se durante o dia aparece uma surpresa que pode ser desagradável ela é conhecida como um “presente de grego”.
Na Antiguidade, a Grécia se destacou como uma civilização que produziu muito conhecimento em várias áreas do saber, a começar pela filosofia. Esta, por sua vez, nasceu do questionamento da realidade explicada até então pela mitologia, onde as razões para os fenômenos climáticos, por exemplo, estavam na fúria ou na alegria dos deuses. Assim, os primeiros filósofos questionavam a natureza, o ser humano e até mesmo a política como assuntos rotineiros praticados ao ar livre. As principais atividades gregas praticadas Antiguidade e que são conhecidas por nós, do presente, nasceram em Atenas, a cidade-Estado grega que mais valorizou o ato de pensar, filosofar e discutir política. Em Atenas, entre os séculos VII a.C e VI a.C, nasceu o teatro dividido em dois gêneros: a tragédia e a comédia, e a democracia como uma nova prática política eternizada pelos gregos que almejavam uma sociedade mais igualitária entre aqueles que eram considerados cidadãos.
Enfim, quantos aspectos da cultura e da vida grega de milênios atrás ainda perpetuam em nosso modo de pensar, falar e viver? Tudo isso só nos faz pensar em uma coisa: estudar o passado é imaginá-lo, senti-lo e enxergá-lo da maneira mais clara possível daqui, do nosso presente.
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