sexta-feira, 9 de setembro de 2011

NO TÚNEL DO TEMPO DA EDUCAÇÃO FÍSICA


ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª KARLA O. ARMANI NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 9 DE SETEMBRO DE 2011

“A educação física sempre existiu. Nasceu com o homem. Através dos tempos sofreu inúmeras modificações até chegar à época atual”.
            A frase acima foi dita por uma professora de educação física a qual a “época atual” que ela se referia era o ano de 1958. Em uma entrevista concedida à repórter Jandira B. de Oliveira, do jornal “O Correio de Barretos”, a professora Maria Aparecida falava das constantes transformações da educação física e os desafios que ela sofria naquele período. Trata-se, pois, de um assunto de suma importância até nos dias de hoje, ainda mais porque no dia 1 de setembro foi comemorado o dia do “educador físico”. Assim, falar sobre a educação física e tudo o que ela representa na vida escolar e no cotidiano atual é destacar a figura do profissional “educador-físico” como uma pessoa preocupada com a saúde e, sobretudo, com a educação dos jovens.
            De forma sucinta e objetiva a professora Cidinha, como era conhecida na época, resumiu o histórico da educação física: “os gregos davam um valor inestimável à prática dos exercícios físicos; depois, quando o Cristianismo tomou conta, a educação física caiu em desuso. No Renascimento, reapareceu com Vitorino Defeltre, que demonstrou suas vantagens para ambos os sexos e para todas as idades. No período moderno, a educação física continuou progredindo, sendo criados vários ‘métodos’, que são atualmente usados com algumas modificações; por exemplo: o método francês, o sueco e o calistênico que adotamos nas escolas com algumas alterações, adaptando-os da melhor forma possível nos programas de ensino”. Além de promover a história da educação física de forma condizente com as divisões dos tempos históricos como se fazia na época, a professora Cidinha ainda ressaltava que a disciplina tinha como missão também desenvolver não só as qualidades físicas, bem como as intelectuais, apoiando-se na máxima do poeta romano Juvenal: “mens sana in corpore sano” (uma mente sã num corpo são).
            Nos anos 50, isto é, na época de atuação da professora Cidinha citada no jornal barretense, a educação física era praticada de maneira diferente a que conhecemos hoje, principalmente em relação às meninas – o “tabu” da época. As alunas tinham que usar uma espécie de “bombacha”, um calção exageradamente comprido até os joelhos, o qual não permitia o conforto necessário para se praticar exercícios. A professora declarava que este hábito era anti-higiênico e anti-pedagógico, visto que os exercícios não poderiam ser praticados de maneira correta e contínua. O desabafo da professora no jornal pode incitar nos profissionais da educação física de hoje certa satisfação pela evolução da disciplina no conteúdo escolar e pela luta de uma colega que desafiava os tabus dos anos dourados na busca por melhores condições de ensino e práticas pedagógicas da educação física.
             Na atualidade, a educação física é uma disciplina em destaque nas escolas, uma vez que promove a interação dos alunos, que são instigados à concentração, atenção e cooperação dentro das atividades práticas em grupo. Mesmo com certo atraso, eu gostaria de parabenizar os colegas professores de educação física, em nome da minha querida amiga Profª Arine Paleari, que fazem parte da luta pela educação neste país. Do passado para o futuro, que a luta de vocês para sempre vigore!
           
Referência: Correio de Barretos de 6/4/1958 p.4-12. Acervo Museu Ruy Menezes.

ERRATA: NO JORNAL SAIU QUE O DIA DO EDUCADOR FÍSICO É 2 DE SETEMBRO QUANDO NA VERDADE FOI DIA 1º DE SETEMBRO.

Um comentário:

leandrocury disse...

Ficou ótimo! Parabens Karla e parabéns Arine!