quarta-feira, 6 de junho de 2018

CEM ANOS DO “ÁLBUM DE BARRETOS” (PARTE 5)


ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI MEDEIROS, EM 06 DE JUNHO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2 

            O “Álbum de Barretos”, escrito há cem anos atrás por Absay de Andrade, é uma interessante plataforma de estudos sobre a história local, regional e estadual. Isso porque o álbum nos permite trabalhar conceitos importantes de história, política, economia e outras vertentes, inclusive científicas. Uma delas, certamente, é o conceito de “Agricultura” e o seu real alcance.
O autor assina como pertencente a “Sociedade Paulista de Agricultura” e a “Sociedade Scientífica de S. Paulo”. Pela natureza de tais sociedades criadas entre os séculos XIX e XX, vê-se que seus estudos e serviços muito se assemelhavam com as orientações da Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo. Naquele início de República, em tal secretaria os serviços não se restringiam somente às questões da terra ou pecuária, mas também ao comércio, indústria, imigração, colonização, obras, saneamento, transporte e comunicação, além de análises geográficas e geológicas.
            O álbum de Barretos demonstrava todos estes aspectos em uma monografia composta de textos, fotografias e propagandas. Da mesma maneira, os demais álbuns paulistas também expunham a aparência histórica, ambiental, estrutural e espacial de seus municípios. Isso pode ser verificado na leitura do “Álbum de Jardinópolis”, por exemplo, encontrado na biblioteca do Museu Republicano “Convenção de Itu”. Tal álbum, também escrito por Absay para compor o 1º volume de “Os estados do Brasil” e de igual raridade ao de Barretos, possuía 22 páginas com notas e imagens sobre as particularidades da cidade e sobre o estado de SP.
            Enfim, os álbuns paulistas publicados por Absay de Andrade não precisam ser analisados somente de forma individual sobre certas cidades; mas sim sobre a perspectiva regional e sobre a análise histórica de identidade paulista, modernidade, republicanismo, agricultura, economia, industrialização, espaço geográfico e regionalidade. Não só o de Barretos, mas todos são preciosas fontes de estudos históricos do início da República.
(Fonte: Museu Republicano “Convenção de Itu” e Biblioteca Mário de Andrade/SP).

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