domingo, 24 de junho de 2018

MEMÓRIAS COMO INSPIRAÇÃO, HISTÓRIA COMO RESULTADO

ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI MEDEIROS, EM 21 DE JUNHO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2 

            Leitor amigo, imagine se todos nós pudéssemos escrever um livro de memórias próprias, uma autobiografia? Por certo, teríamos a chance de nos conhecer em todos os sentidos: familiares, psicológicos, filosóficos e religiosos. Porém, mesmo tematizando experiências individuais, escrever sobre a vida é falar também de sociedade (do coletivo), é reconhecer as mudanças e permanências no tempo, a evolução cultural dos seres, o desenvolvimento político e econômico. Sendo assim, usar as memórias como inspiração, resulta em “história” (ciência humana). As linhas abaixo fornecem um exemplo disso.
            Shirley Spaolonsi Pignanelli, além de já ser merecidamente reconhecida como professora e artista plástica em Barretos, é também escritora. Escritora de memórias. De vivências e experiências. Nos brindou em 2014 com o seu “A quem interessar possa”, e três anos depois publicou a segunda edição. Tratam-se de obras escritas em rica e agradável linguagem, a respeito de sua vida pessoal junto a família, trabalho e atividades culturais; além de cruzar sua trajetória com a história e momentos atuais da “Sociedade Espírita 25 de Dezembro”; instituição na qual participa desde a década de 1970. São livros que, em detalhes importantes, costuram “passado e presente” – “pessoa e instituição”.
            Nascida em Garça, Shirley descreve sua juventude com anseio pelos estudos em Presidente Prudente e Monte Azul Paulista. Cita os grupos escolares que frequentou, professores, e depois sua dedicação na formação como professora. Profissão que exerceu por 30 anos em Guaíra e Barretos, numa época de difíceis condições às professoras. É interessante analisar historicamente seu ponto de vista como aluna e depois como professora nas décadas 1950 a 1980. Além disso, seus estudos sobre a Sociedade Espírita são importantes para a história da cidade, em virtude dela se preocupar em contextualizar a casa espírita com os momentos políticos das épocas e citar os documentos estudados.
            Em breve, Shirley lançará mais uma obra: “E a semente germinou...” ainda sobre a Sociedade Espírita. E é evidente seu sucesso! Não só pela contribuição às lacunas do passado de Barretos, mas, por, mais uma vez, evidenciar que a História é feita também por memórias, por contextos, por pessoas. Obrigada D. Shirley por sua rica contribuição.



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