ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI MEDEIROS, EM 21 DE JUNHO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2
Leitor amigo, imagine se todos nós
pudéssemos escrever um livro de memórias próprias, uma autobiografia? Por certo,
teríamos a chance de nos conhecer em todos os sentidos: familiares,
psicológicos, filosóficos e religiosos. Porém, mesmo tematizando experiências
individuais, escrever sobre a vida é falar também de sociedade (do coletivo), é
reconhecer as mudanças e permanências no tempo, a evolução cultural dos seres,
o desenvolvimento político e econômico. Sendo assim, usar as memórias como inspiração,
resulta em “história” (ciência humana). As linhas abaixo fornecem um exemplo
disso.
Shirley Spaolonsi Pignanelli,
além de já ser merecidamente reconhecida como professora e artista plástica em
Barretos, é também escritora. Escritora de memórias. De vivências e
experiências. Nos brindou em 2014 com o seu “A quem interessar possa”, e
três anos depois publicou a segunda edição. Tratam-se de obras escritas em rica
e agradável linguagem, a respeito de sua vida pessoal junto a família, trabalho
e atividades culturais; além de cruzar sua trajetória com a história e momentos
atuais da “Sociedade Espírita 25 de Dezembro”; instituição na qual participa
desde a década de 1970. São livros que, em detalhes importantes, costuram “passado
e presente” – “pessoa e instituição”.
Nascida em Garça, Shirley descreve sua
juventude com anseio pelos estudos em Presidente Prudente e Monte Azul
Paulista. Cita os grupos escolares que frequentou, professores, e depois sua dedicação
na formação como professora. Profissão que exerceu por 30 anos em Guaíra e
Barretos, numa época de difíceis condições às professoras. É interessante
analisar historicamente seu ponto de vista como aluna e depois como professora nas
décadas 1950 a 1980. Além disso, seus estudos sobre a Sociedade Espírita são
importantes para a história da cidade, em virtude dela se preocupar em
contextualizar a casa espírita com os momentos políticos das épocas e citar os
documentos estudados.
Em breve, Shirley lançará mais uma
obra: “E a semente germinou...” ainda sobre a Sociedade Espírita. E é evidente
seu sucesso! Não só pela contribuição às lacunas do passado de Barretos, mas, por,
mais uma vez, evidenciar que a História é feita também por memórias, por
contextos, por pessoas. Obrigada D. Shirley por sua rica contribuição.
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