quinta-feira, 28 de junho de 2018

BARRETOS NO “ALMANACH D’OESTE”

Almanach d'Oeste - 1902
Acervo pertencente ao Museu Histórico de Jaboticabal "Aloísio de Almeida"

ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI MEDEIROS, EM 28 DE JUNHO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2 

Barretos soma mais de dezesseis décadas de trajetória. Tempo suficiente para se tornar um espaço de representatividade na história da região, do estado e do país. De modo geral, as cidades possuem ligações importantes e escrever sobre o passado delas, não necessariamente requer falar só de suas particularidades, mas daquilo que possuem em comum, em complemento ou em contraste. A isto, chamamos: “história regional”.
Toda produção historiográfica parte de fontes históricas sobre o período recortado para ser estudado. No Brasil, notadamente no estado de São Paulo, um vestígio histórico significativo para o estudo da história regional são os antigos “almanaques”. Escritos ano a ano por órgãos públicos ou autores independentes, os almanaques possuíam informações gerais sobre os municípios, em destaque à agricultura, indústria e comércio.
Barretos foi retratada em vários almanaques paulistas interessantes. Um deles, pouco usado nas pesquisas memorialistas e acadêmicas sobre a cidade, é o “Almanach d’Oeste” organizado por Guilherme Votta em edições a partir de 1901. O Museu Histórico de Jaboticabal “Aloísio de Almeida” possui em seu acervo o volume II deste almanaque, e nele o autor dedica 14 páginas sobre Barretos. Ali são registrados nomes de personalidades da justiça, câmara municipal, coletoria, agência postal, clero católico, associações, profissões liberais, indicadores gerais, autoridades policiais e propagandas.
Quando analisado em recorte histórico, mesmo Barretos pertencendo àquela região, nota-se a sua particularidade: a pecuária. Ao escrever sobre comércio, os principais nomes são de invernistas e negociantes de gado. Quanto às propagandas, verifica-se a presença das lojas de secos e molhados que toda cidade interiorana possuía (mesmo sem linha de trem, ainda). É visível também o quanto a cidade era desenvolvida no comércio do bairro central ainda no seu meio século de existência.
Enfim, o pequeno almanaque dedicado a várias cidades pode ser melhor estudado em seus pormenores e desdobramentos. Não só o almanaque exemplificado, bem como outros livretos amarelados pelo tempo e arquivados em importantes museus da região, têm muito a oferecer à nossa identidade e cultura. Pensemos. Pesquisemos.

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