ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI MEDEIROS, EM 3 DE JULHO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2
Chiquinha Rodrigues, 1934 (Fonte: reportagem da Revista da Alesp citada abaixo) |
Mais um 9 de julho se aproxima, e assim é retomado o assunto da Revolução Constitucionalista de 1932 iniciada em São Paulo contra o governo Vargas há 86 anos. Acontece que, este não é o momento de relembrar somente os 3 meses de combate, a ditadura de Vargas ou a tentativa paulista pela retomada de poder. A Revolução de 1932 não morreu naquele ano, pois na mesma década surgiram partidos, núcleos e movimentos envolvendo a causa paulista, a constitucionalidade, os direitos políticos, dentre outros.
Esses acontecimentos posteriores à
1932 foram movidos por personagens interessantes a serem estudados.
Principalmente mulheres. Como é o caso de Chiquinha Rodrigues (1896-1966),
professora e escritora que se envolveu com a Revolução de 1932 e com a política
posterior a ela. Foi eleita deputada estadual de São Paulo em 1936 e prefeita
em Tatuí em 1945. Ainda mais, a “causa paulista” lhe serviu de inspiração
quando criou a “Bandeira Paulista de Alfabetização”; movimento com objetivo de
criar escolas primárias, profissionais e clubes agrícolas por todo estado. E
assim o fez, sempre com intenção de levar educação principalmente às áreas
rurais, onde havia grande concentração de estrangeiros, destacando a figura do
professor adaptado à ruralidade.
Como fundadora da “Bandeira Paulista
de Alfabetização” e personalidade política, Chiquinha viajava por diversas
cidades interioranas para fazer propagandas desta causa educacional. Barretos
foi um de seus roteiros. Era o ano de 1933, julho e agosto, quando ela realizou
palestra na “União dos Empregados no Comércio” e nomeou o núcleo feminino da
Federação dos Voluntários. Tal Federação fora criada pós revolução de 1932,
seguindo os principais ideais desta, e em Barretos era liderada por Osório
Rocha. Este, em seu livro “Reminisciências” no volume III, cita que fora
receber Chiquinha na estação e que ela era “tida
como muito simpática à causa dos revolucionários paulistas” (p. 19).
Autora de diversos livros didáticos,
infantis, sociológicos e políticos, Chiquinha foi uma das poucas mulheres com
voz forte em seus discursos na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo
imbuída dos ideais constitucionalistas na defesa, sobretudo, da educação, das
escolas rurais e do professor. Uma revolucionária não só em 32, atemporal.
FONTES E REFERÊNCIAS:
- Informativo da Divisão de Acervo Histórico da ALESP - Coluna "Compromisso com a memória" - Agosto de 2016, páginas 7 a 11.
- ROCHA, Osório. Reminiscências. Volume III, s/d, p. 19.
- Jornal "A Semana", edições de 16/7/1933 e 27/8/1933 - acervo do Museu "Ruy Menezes".
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