terça-feira, 10 de julho de 2018

ANNIBAL VILLELA, AGORA CONHECIDO

ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI MEDEIROS, EM 10 DE JULHO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2 

Capa do livro - disponível à venda no Museu "Ruy Menezes"
            Em 21 de maio deste ano, o Museu “Ruy Menezes” lançou o livro “Annibal: uma biografia”, escrito por Marisa Villela. Trata-se de uma obra que biografa Annibal, tio da autora, entre os anos 1911 a 1929, período no qual ele viveu entre várias cidades do interior paulista, incluindo Barretos, local de seu falecimento.
            A obra escrita por Marisa, jornalista, publicitária e professora universitária, é uma narrativa a respeito da vida social, política e amorosa de Annibal Fernandes Villela (1889-1929). Escrita em atos e títulos menores nas mais de 300 páginas, a história se inicia na cidade de Ibitinga, onde vivia a família de Annibal e local de fundação de seu jornal “O Ibitinguense”. Tendo como base a coleção inteira deste jornal, a autora teve condições de registrar importantes momentos políticos ali vividos entre as décadas de 1910 e 1920 e seu constante desenvolvimento, mas principalmente de dar corpo a uma história de amor entre seu tio e Maria (uma mulher casada, que depois torna-se mãe de seus dois filhos).
            O jornal “O Ibitinguense”, e depois seu sucessor “O Comércio”, foram as principais fontes para se falar da vida de Annibal, sendo o enfoque do livro a paixão por Maria (exposta no jornal em poesias com pseudônimos) e a vida conturbada que viveram juntos. Além de músico, Annibal tornou-se farmacêutico após estudar no Rio de Janeiro, mais tarde viveu alguns momentos em São Paulo, morou em Cerquilho e Barretos. E, para traçar a vida de Annibal nestas cidades, a autora fez uma intensa pesquisa em jornais paulistas, escrevendo também sobre aspectos importantes de cada uma delas ano a ano. Como o exemplo de Barretos, lugar no qual Annibal montou a “Farmácia Nova” em 1927 à rua 18, e ali permaneceu até sua morte aos poucos 37 anos de idade.
            Por se tratar de uma história real, mas que mais parece ficção por sua intensidade, a obra se caracteriza como um livro de memórias embasado em fontes documentais. Não é uma produção historiográfica, possui uma linguagem narrativa, leve e com hipóteses. Todavia, pode ser considerada uma referência de regionalidade, do uso do jornal como fonte e de como as cidades paulistas são ricas para os estudos do passado. Assim, Annibal, que poderia passar despercebido pela história de Barretos, já não o é mais.

2 comentários:

Raquel Milagres de Mattos disse...

Que resenha fantástica, Karla! Parabéns!

Profª Karla disse...

Fico feliz que tenha gostado Raquel! E mais ainda pela Marisa ter usado nosso museu como fonte de informações para parte da obra. E que venham mais livros! Abraços.