ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI MEDEIROS, EM 10 DE JULHO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2
Capa do livro - disponível à venda no Museu "Ruy Menezes" |
Em 21 de maio deste ano, o Museu
“Ruy Menezes” lançou o livro “Annibal: uma biografia”, escrito por Marisa
Villela. Trata-se de uma obra que biografa Annibal, tio da autora, entre os anos
1911 a 1929, período no qual ele viveu entre várias cidades do interior
paulista, incluindo Barretos, local de seu falecimento.
A obra escrita por Marisa,
jornalista, publicitária e professora universitária, é uma narrativa a respeito
da vida social, política e amorosa de Annibal Fernandes Villela (1889-1929). Escrita
em atos e títulos menores nas mais de 300 páginas, a história se inicia na
cidade de Ibitinga, onde vivia a família de Annibal e local de fundação de seu
jornal “O Ibitinguense”. Tendo como base a coleção inteira deste jornal, a
autora teve condições de registrar importantes momentos políticos ali vividos entre
as décadas de 1910 e 1920 e seu constante desenvolvimento, mas principalmente
de dar corpo a uma história de amor entre seu tio e Maria (uma mulher casada,
que depois torna-se mãe de seus dois filhos).
O jornal “O Ibitinguense”, e depois
seu sucessor “O Comércio”, foram as principais fontes para se falar da vida de
Annibal, sendo o enfoque do livro a paixão por Maria (exposta no jornal em
poesias com pseudônimos) e a vida conturbada que viveram juntos. Além de
músico, Annibal tornou-se farmacêutico após estudar no Rio de Janeiro, mais
tarde viveu alguns momentos em São Paulo, morou em Cerquilho e Barretos. E,
para traçar a vida de Annibal nestas cidades, a autora fez uma intensa pesquisa
em jornais paulistas, escrevendo também sobre aspectos importantes de cada uma
delas ano a ano. Como o exemplo de Barretos, lugar no qual Annibal montou a “Farmácia
Nova” em 1927 à rua 18, e ali permaneceu até sua morte aos poucos 37 anos de
idade.
Por se tratar de uma história real,
mas que mais parece ficção por sua intensidade, a obra se caracteriza como um
livro de memórias embasado em fontes documentais. Não é uma produção
historiográfica, possui uma linguagem narrativa, leve e com hipóteses. Todavia,
pode ser considerada uma referência de regionalidade, do uso do jornal como
fonte e de como as cidades paulistas são ricas para os estudos do passado. Assim,
Annibal, que poderia passar despercebido pela história de Barretos, já não o é
mais.
2 comentários:
Que resenha fantástica, Karla! Parabéns!
Fico feliz que tenha gostado Raquel! E mais ainda pela Marisa ter usado nosso museu como fonte de informações para parte da obra. E que venham mais livros! Abraços.
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