quarta-feira, 28 de maio de 2008

As faces da Sociedade


A cidade de Barretos, nos seus altos 153 anos, possui curiosos e peculiares casos, que, se analisados, podem auxiliar no entendimento da cultura e da sociedade dos tempos passados. Sendo assim, voltemos o olhar para o livro de Osório da Rocha, “Barretos de Outrora”, editado em 1954, remontando a história regional com depoimentos orais e documentos oficiais, resgatando-a em sua origem e refletindo seu desenvolvimento.
A partir disso, no capítulo “Barretos – Aspecto físico”, o autor salienta uma passagem, escrita pelo Cel. Silvestre de Lima (intendente municipal de 1894 a 1896 e 1909 a 1914), que, descreve fisicamente a cidade no início do século XX. Segundo o Coronel, Barretos era formada por três colinas, reunidas em planos opostos, banhadas por dois córregos, aos quais convergiam no centro da cidade.
Em continuidade, destaca-se a distribuição e a distinção entre os bairros da cidade. Estes, eram divididos em três e classificados conforme a classe social, a edificação e a topografia. Deste modo, o centro era o bairro principal e, assim, era também o local do comércio e dos grandes casarões construídos aos moldes franceses. Tendo-o como referência, os dois outros bairros ficavam a sua direita e esquerda. Este último, em particular, levava a interessante designação “Outro Mundo”, uma vez que, sua edificação era irregular e seus habitantes pertencentes à classe economicamente pobre.
Além dessas caracterizações, Silvestre de Lima nota outras curiosidades relativas aos primeiros passos de desenvolvimento da cidade. Curiosamente, ele evidencia que a viagem de trole ou a cavalo para Bebedouro, pela estrada comercial da época, tinha a duração de 7 horas.
Por conseguinte, é essencial ressaltar que ao iniciar suas inscrições sobre a cidade de Barretos, Silvestre a chama de “pitoresca e florescente”. Portanto, fica nítido o seu contentamento pela cidade e a sua presunção do crescimento, no sentido de prosperar e melhorar a Barretos de outrora.
ARTIGO PUBLICADO EM 16/05/2008, NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS / SP)

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