sexta-feira, 15 de agosto de 2008

SER E ESCREVER

É muito bom poder imaginar como os primeiros humanos registraram suas necessidades através da escrita. Melhor ainda é poder utilizar estas escritas como fontes históricas para o entendimento das antigas civilizações, bem como o modo de vida de nossos ancestrais. A partir disso, nota-se a pintura rupestre como forma de manifestação do homem, a fim de conotar seus desejos, suas necessidades, passar suas idéias, ou trocar mensagens com outros.
Historicamente, não é certa a data da primeira escrita existente, porém, sabe-se que entre o primeiro e o sexto milênio a.C., na Mesopotâmia, os povos sumérios elaboraram e desenvolveram a “escrita cuneiforme”. Feita em tábuas de argila, com auxílio de instrumentos em forma de cunha, a escrita suméria adaptou-se também a outras línguas, como a acadia, hitita e persa.
Em seqüência, muitas civilizações desenvolveram também suas respectivas escritas, muitas vezes, sob a autoridade de um soberano e ante a necessidade de controle administrativo. A civilização egípcia, por exemplo, deu origem à escrita demótica (popular, simples) e à hieroglífica (complexa, formada por desenhos e símbolos). Entre muitas funções, cabia somente ao escriba realizar, através da escrita, os registros contábeis e organizar a vida política e econômica da sociedade. Os instrumentos utilizados para escrever eram basicamente “objetos de metal, osso e marfim, largos e pontiagudos, plano, em forma de paleta”. E, depois, as tábuas de argila também passaram a registrar “inscrições votivas, comemorativas, narrações históricas, relatos épicos”.
Com o passar dos tempos, a escrita foi modificada e aprimorada de acordo com as precisões das épocas de determinados povos, de variados espaços geográficos. O fato é que, entre muitas contribuições, a escrita proporcionou a compreensão do nosso ser, a reflexão das nossas inquietações e permitiu que o pensamento do homem ultrapassasse as barreiras do tempo. Assim, faz-se com que o homem do futuro possa conhecer parcialmente a realidade de nosso presente. Pois, como disse a fabulosa e excêntrica escritora Clarice Lispector: “Eu não escrevo o que quero, escrevo o que sou.”

REFERÊNCIAS:
www.suapesquisa.com
www.forum.ufrj.br
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL ''O DIÁRIO'' (BARRETOS / SP), EM 15 DE AGOSTO DE 2008.

Um comentário:

Priscila Trucullo disse...

A Escrita documenta, compila a história sob determinada interpretação. O verdadeiro ato de escrever é fazer história, não descrevê-la.
..."a escrita proporcionou a compreensão do nosso ser, a reflexão das nossas inquietações e permitiu que o pensamento do homem ultrapassasse as barreiras do tempo."
Expressa claramente nesta oração... a interpretação dos sentimentos de uma sociedade, que atravesse o tempo, é fazer história. Faça história!