sábado, 4 de setembro de 2010

EXPOSIÇÃO “TRIBUTO A BEZERRINHA”


            O vento gelado finalmente chegou a Barretos e o clima de agosto revigora nas emoções dos habitantes do Chão Preto. Junto com os bons ventos de agosto, encontrou-se também por aqui muita inspiração e isso rendeu aos barretenses belíssimas homenagens que inauguraram a semana da Festa do Peão como um “despertar” à cultura local. Refiro-me à Exposição “Tributo a Bezerrinha” sediada pelo Museu “Ruy Menezes” que ficará exposta até o dia 29 de agosto e depois irá para as escolas.
            Foi fantástica a ideia de relembrar a trajetória de vida de um barretense tão distinto quanto foi Bezerrinha, não só pelas criativas composições musicais que retratavam tão bem Barretos, o personagem do peão de boiadeiro e muitos outros temas, bem como pelas curiosas passagens de sua biografia. Entre elas, uma parte em destaque na Exposição, foi a participação de Bezerrinha na Segunda Guerra Mundial em 1945 com o cargo de “Serviço de entretenimento de tropa”, ou seja, sua função era tocar e compor músicas aos soldados. Convenhamos, caros leitores, seu talento serviu de aconchego e até “alegria” em meio à tristeza de uma guerra mundial, então, podemos imaginar como Bezerrinha foi importante neste momento histórico.
            Outra passagem interessante da biografia do compositor barretense foi referente à música “Perfil de São Paulo”. Conta-se que o cantor Agnaldo Rayol, na década de 60, ao gravar um disco para o Presidente da República Costa e Silva pediu ao mesmo que escolhesse suas músicas preferidas, logo, a primeira resposta do Presidente foi “Perfil de São Paulo”! São muitos os casos curiosos contados por amigos e pela família de Bezerrinha, principalmente em relação aos prêmios renomados recebidos em festivais musicais e em memória da participação da 2ª Guerra Mundial, como a “Chave de São Paulo” recebida pelo prefeito da capital na época Mario Covas.
            O destaque da noite que inaugurou a Exposição foi a D. Lygia Bezerra de Menezes, esposa de Bezerrinha, e a mesma Lygia que carinhosamente o compositor marcou o nome em sua marmita quando se encontrava na 2ª Guerra Mundial. Sim, a história da marmita que tanto é contada nas monitorias do Museu e arranca suspiros das pessoas apaixonadas, veio à tona e emocionou todos os convidados. Muitos amigos e familiares estiveram presentes na ocasião para prestigiar os painéis da Exposição e a linda obra que o artista Renato Amisy pintou inspirando-se na música “Festa do Peão” popularmente conhecida como “Vento Gelado”.
            A equipe do Museu Ruy Menezes a nossa gratidão e os parabéns pela iniciativa de resgatar, mais uma vez, a memória de um barretense que ficou conhecido não só pelas passagens de sua biografia, mas por todo o contexto em que pode somar a sua vida com os longos passos da história. Aos barretenses fica a expectativa e o convite de engrenar-se neste contato cultural que nos foi oferecido e valorizar sempre o incentivo à nossa própria história.     

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/ SP), EM 20 DE AGOSTO DE 2010.

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