domingo, 13 de setembro de 2020

FOTOGRAFIAS E SEUS USOS - PARTE II

 ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 4 DE AGOSTO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS 

As fotografias de acervo familiar são de suma importância para a revitalização e construção do trabalho histórico. Várias famílias guardam em gavetas, umas com mais afeto e outras menos, fotografias amareladas de seus antepassados; muitas vezes sem nem imaginar o valor que aquelas imagens possuem à história da cidade, da região e do país. Nos tempos atuais, com os processos rápidos de digitalização, inclusive por celulares, facilmente pode se salvar uma relíquia histórica digitalizando-a, promovendo acesso e a possibilidade de estudo de certos períodos do passado da cidade. Para isso, basta um pouco de consciência de cidadania, ao permitir que arquivos públicos e históricos dos municípios tenham acesso a estes ricos materiais. Na História, fotografias de família não se resumem a personificar mitos e heróis, ao contrário, permitem construir o coletivo de uma comunidade a partir de experiências individuais.

            Assim aconteceu, por exemplo, com algumas fotografias que consegui captar para a produção da minha obra “De onde cantam as cigarras”. Através de contato de familiares, consegui encontrar fotografias da única mulher fundadora do Grêmio Literário e Recreativo, Maria Isoleta Carneiro Vieira. Na verdade, o Grêmio possuía sua imagem, mas somente sua bisneta pôde fazer o reconhecimento da personagem (de São Paulo, em conversa por celular). Com a mesma pessoa, consegui imagem de duas icônicas personalidades femininas da cidade, a poetisa Carmelitana d’Arantes (colaboradora de “O Sertanejo” e tia de Isoleta) e de Maria Olympia Vieira Marcondes, filha do dr. Antônio Olympio – personagem a qual recebeu como homenagem o nome da vizinha cidade de Olímpia. Além destas, estampa o último capítulo fotografias encantadoras das pianistas barretenses Haydée Oliveira Menezes e Adelaide Galatti nos anos 1930 e 1940, também originadas de suas tão queridas sobrinhas.    

Desta forma, fica o exemplo de como as fotografias da sua gaveta podem descongelar rostos e vozes, além de promover algo maior: a História. [fim].

Nenhum comentário: