terça-feira, 22 de setembro de 2020

BARRETOS, AS MULHERES E A HISTÓRIA

 ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 22 DE SETEMBRO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS     

Operárias do Frigorífico Anglo, em Barretos, sem data.
Fonte: Arquivo do Museu "Ruy Menezes"


            O título enuncia três substantivos diferentes, separados por vírgula. Mas, a ideia é juntá-los na realidade, de modo que nenhuma vírgula os separe. Há tempos, as obras sobre a história da cidade citam pouco (na verdade, quase nada) sobre mulheres. Numa mentalidade conservadora, talvez nem se repare esta omissão; porém, no presente, é demasiado estranho escrever e ler sobre o passado da cidade e nada encontrar sobre as mulheres. Este cenário, portanto, precisa ser impulsionado.

            Por isso, esta é uma missão que tenho assumido. Apresentar, em sérias pesquisas, os perfis de mulheres que viveram em Barretos e, cada qual à sua maneira, fizeram parte do desenvolvimento local. O passado não era um tempo “bonito” às mulheres - verdade seja dita – mas, dentro de suas possibilidades (muitas vezes rompendo barreiras), há interessantes surpresas a serem desvendadas sobre elas.

            Desta feita, meu texto no livro “Barretos em 3ª pessoa”, lançado mês passado pela Prefeitura de Barretos e a ABC, abordou tal questão, apresentando diversas trajetórias de mulheres que, desde o século XIX até os idos dos anos 1970, contribuíram à cidade e mereciam estar na História. Da mesma maneira, na recém lançada Coletânea “Elas nas Letras”, organizada pela confreira Sada Ali em parceria com a Pastoral da Mulher Marginalizada, publiquei um artigo sobre a vida e obra da pianista barretense Haydée Oliveira Menezes. Em outra coletânea, contei sobre a trajetória da Profª Noemi Nogueira, e, até o final do ano, outra personagem ainda será apresentada.

            Acredite leitor, você se surpreenderá com a história da pianista Haydée Menezes, o quanto ela foi brilhante nos anos 30, viajando não somente no teclado de marfim, mas por todo o país, e levando o nome de Barretos. É quase inacreditável que uma jovem como ela, naquele tempo, possuísse tantos contatos e rica bagagem cultural. Mais inacreditável é o fato de poucos barretenses saberem disso. Haydée, Noemi, Nilda, Paulina, Glorinha, Fiúca, Adelaide e tantas outras precisam ser conhecidas por nós.

Coletânea "Elas nas Letras", organizada pela escritora Sada Ali, em benefício da Pastoral
da Mulher Marginalizada de Barretos, e apoio da Prefeitura de Barretos.

Nenhum comentário: