domingo, 13 de setembro de 2020

COELHO NETTO HÁ 100 ANOS

 ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 9 DE SETEMBRO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS      


Era 12 de setembro de 1920, quando chegava a Barretos, pelos trilhos da velha estaçãozinha da Paulista, o escritor maranhense Coelho Netto. Já famoso na carreira literária como escritor, Coelho Netto veio a Barretos há exatos 100 anos pela primeira vez, ocasião em que estabeleceu laços de amizade. A feliz receptividade ressoou em carta ao amigo Emílio José Pinto, jornalista na cidade: “Não acho palavras que exprimam, com a intensidade com que vibra em minha’alma, a gratidão que devo a toda essa gente boa e forte de Barretos” (19/9/1920).

Entre os dias 12 e 13 de setembro, Coelho Netto, acompanhado do escritor e historiador Arthur de Cerqueira Mendes, ficou hospedado na casa do prefeito, dr. Antônio Olympio, proferiu a conferência “A Floresta” na União dos Empregados no Comércio, visitou o frigorífico, conheceu a Cachoeira do Marimbondo e recebeu solenes homenagens no Grêmio Literário e Recreativo; onde tornou-se sócio honorário. Essa relação com o Grêmio se solidificou, uma vez que ele enviava seus livros para a Biblioteca do Grêmio (onde era exibido um retrato dele), além de ter retornado outras duas vezes ao clube em 1921. Mas, a notabilidade maior ocorreu em 1922, ano da comemoração do Centenário da Independência, em que, Coelho Netto escreveu a conferência “Hosanna” exclusivamente ao Grêmio, e esta foi lida pelo seu amigo Emílio Pinto durante as festividades do Centenário – mesma ocasião em que foi inaugurado o Busto da República na Praça Francisco Barreto.

Mais detalhes sobre a relação de Coelho Netto com a elite letrada de Barretos, podem ser lidos no livro “De onde cantam as cigarras”. Porém, a exatidão dos 100 anos da vinda do escritor à cidade não poderia passar despercebida, por isso, a autora deste artigo, junto ao professor de Literatura André Lourenço Ribeiro, farão uma live, em seus perfis do Instagram, sobre este tema, dia 12, às 18h. Coelho Netto, possivelmente, não imaginaria que passados 100 anos, ainda cá estaria.

Referência:

MEDEIROS, Karla de O. Armani. De onde cantam as cigarras: o Grêmio Literário e Recreativo como sala de visitas de Barretos - 1910/1945. Barretos: edição da autora, 2020.

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