domingo, 13 de setembro de 2020

Barretos em 3ª pessoa

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 1 DE SETEMBRO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS            


O título do livro é uma “brincadeira” com a Língua Portuguesa e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de reflexão sobre os diversos olhares para a nossa cidade. No livro “Barretos em 3ª pessoa”, lançado em 28 de agosto virtualmente pela ABC e Prefeitura, Barretos deixa de ser exclusivamente substantivo próprio, passando a ser a referência, o assunto dos 34 autores; a 3ª pessoa, “ela”. De substantivo a pronome pessoal. Mais do que a cidade em si, o foco do livro é o olhar que se tem sobre ela.

Essa nova roupagem gramatical mostra que a cidade pode ser plural em tudo, inclusive na sua própria História. Escrever sobre o passado de Barretos é um ato permitido a todo tipo de público, basta que a proposta seja antecipadamente explicada ao leitor. O livro “Barretos em 3ª pessoa” foi pensado desta maneira, pois seus autores tinham o passado de Barretos como assunto em comum, porém, a temática e o estilo de narrativa são diversificados.

Ali, o passado de Barretos foi traduzido de duas principais formas: pela memória (lembranças) ou pela História (pesquisa). E a diversidade do livro não para por aí, não se contenta ao significado de seu título ou dos estilos dos autores, ela também é vislumbrada nas épocas e temas escolhidos. Barretos é uma cidade centenária, e, nesta obra, o século XIX está tão presente quanto os anos 80 do século XX, assim como as fotografias são de origem preto e branco ou coloridas. Nas páginas do livro são apresentados personagens icônicos, a contribuição dos imigrantes e dos grupos sociais étnicos e trabalhadores, lugares de sociabilidade, instituições, episódios e interessantes visões sobre o passado da pecuária, dos corredores boiadeiros e dos peões.

A pluralidade de assunto foi tão importante, a ponto de, sem querer, alguns textos se conectarem; um leitor atento consegue identificar esse presente do destino. Esses diálogos inesperados aparecerem justamente porque, apesar da diversidade temática e estilística, todos tinham como único objetivo: ela – a cidade de Barretos.

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