ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 4 DE AGOSTO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
As
fotografias de acervo familiar são de suma importância para a revitalização e
construção do trabalho histórico. Várias famílias guardam em gavetas, umas com
mais afeto e outras menos, fotografias amareladas de seus antepassados; muitas
vezes sem nem imaginar o valor que aquelas imagens possuem à história da
cidade, da região e do país. Nos tempos atuais, com os processos rápidos de
digitalização, inclusive por celulares, facilmente pode se salvar uma relíquia
histórica digitalizando-a, promovendo acesso e a possibilidade de estudo de
certos períodos do passado da cidade. Para isso, basta um pouco de consciência
de cidadania, ao permitir que arquivos públicos e históricos dos municípios
tenham acesso a estes ricos materiais. Na História, fotografias de família não
se resumem a personificar mitos e heróis, ao contrário, permitem construir o
coletivo de uma comunidade a partir de experiências individuais.
Assim aconteceu, por exemplo, com
algumas fotografias que consegui captar para a produção da minha obra “De onde
cantam as cigarras”. Através de contato de familiares, consegui encontrar
fotografias da única mulher fundadora do Grêmio Literário e Recreativo, Maria
Isoleta Carneiro Vieira. Na verdade, o Grêmio possuía sua imagem, mas somente
sua bisneta pôde fazer o reconhecimento da personagem (de São Paulo, em
conversa por celular). Com a mesma pessoa, consegui imagem de duas icônicas
personalidades femininas da cidade, a poetisa Carmelitana d’Arantes (colaboradora
de “O Sertanejo” e tia de Isoleta) e de Maria Olympia Vieira Marcondes, filha
do dr. Antônio Olympio – personagem a qual recebeu como homenagem o nome da
vizinha cidade de Olímpia. Além destas, estampa o último capítulo fotografias
encantadoras das pianistas barretenses Haydée Oliveira Menezes e Adelaide
Galatti nos anos 1930 e 1940, também originadas de suas tão queridas sobrinhas.
Desta forma, fica o exemplo de como as fotografias da sua gaveta podem descongelar rostos e vozes, além de promover algo maior: a História. [fim].
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