Na próxima segunda-feira o Brasil comemorará os cento e vinte e um anos da Proclamação da República como um feriado nacional. Em 15 de novembro de 1889, através de um golpe ou uma “conspiração”, os militares e seus importantes aliados tomaram o poder do Imperador Pedro de Alcântara e proclamaram a República do Brasil formando o governo provisório republicano. E o que aconteceu depois disso? Democracia? Eleições? Constituintes? Ditadura? Digamos que foi um pouco de tudo...
Muitos aplicam na República a ideia do início da democracia brasileira, e a autenticidade desta afirmação pode ser interpretada de várias maneiras. Com a Proclamação da República, o governo do país deixou de ser centralizado na figura de um rei e passou a ser regido pelo Senado, pelas magistraturas e demais instituições políticas que teoricamente deveriam ser eleitas pelo povo. Porém, isso demorou para de fato acontecer, pois, destes 121 anos de República, 49 foram de eleições indiretas.
Outra conseqüência da República foi o despertar de um patriotismo que atingia a vida dos cidadãos brasileiros. Este patriotismo logo surgiu no início do regime republicano, pois, era vigente na época as influências da corrente social “positivista”, onde a ideia de nação era colocada em primeiro plano. O patriotismo crescia no Brasil com o passar das décadas do século XX, na literatura foi exaltado pelas penas de poetas como Bilac e também satirizado por outros poetas. Nas escolas a noção do Brasil como uma pátria perfeita criada por heróis era colocada desde os livros-didáticos até no discurso dos professores.
Em períodos ditatoriais, o patriotismo poderia ser usado como forma de manipulação da massa através de discursos de líderes autoritários que criaram a ideia de “nação” como uma união de pessoas que obedecia um mesmo ideal, sendo este ideal o estratagema política da vez. Até pouco tempo atrás, todas as manhãs os alunos, organizados em filas, cantavam o hino nacional e faziam a oração da manhã antes de entrar para a sala de aula. Isto era um sinal de respeito à pátria, reflexo de um passado extremamente patriota. Acontece que, o significado de patriotismo no Brasil mudou conforme cada época, cada estilo de vida, inclusive, há tempos atrás, o patriotismo foi muito criticado por descartar os regionalismos, as diversidades do país.
Então, o que é ser patriota nos dias de hoje? Digamos que, para ser patriota é necessário conhecer a sua pátria, ou seja, a sua história. É conhecer, por exemplo, o que foi a Proclamação da República e porque este dia é feriado até hoje. Ser patriota nos dias de hoje, não é ser nacionalista ao extremo, é exigir seus direitos, como o de ter sua representatividade na democracia da nossa República e ir às urnas escolher os dirigentes políticos da pátria. Dentre tantas práticas patriotas, ser patriota não é só ter orgulho de ser brasileiro, é ter consciência dos problemas do país e lutar pela sua superação a fim de garantir a melhoria da vida da nossa República Federativa do Brasil, que tanto lutou para nascer.
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO", BARRETOS/SP, EM 12 DE NOVEMBRO DE 2010.
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