quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

AMOR E AMIZADE: DA FILOSOFIA À VIDA REAL



ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 11 DE FEVEREIRO DE 2011

            É amor ou amizade? Quantas vezes esta dúvida pairou sobre sua cabeça? Amor e amizade são formas de relacionamento humano vivenciadas pelas pessoas que convivem em sociedade, afinal elas amam, são amadas e têm amigos. Mas, o amor seria somente uma forma mais intensa da amizade ou ambos teriam diferentes teores de sentimentos?
Ao longo da trajetória da humanidade, muitos exemplos ficaram marcados em relatos escritos na literatura, na arte ou até mesmo na própria história. Alguns casais apaixonados ficaram para os anais da história, fossem como condignos amantes ou como célebres articuladores. É por essas e outras que os livros de história nunca separam Cleópatra e Marco Antônio, o Imperador Justiniano e sua esposa Teodora, Maria Bonita e Lampião, e a literatura enaltece os romances de Romeu e Julieta ou paixões avassaladoras como a de Luiza e o primo Basílio.
O amor sempre foi retratado no percurso histórico de todas as sociedades, mas, a que se dedicou mais a seu estudo foi a grega. Na Grécia Antiga, redatora da mais excêntrica mitologia e berço da filosofia, era habitual discutir sobre o amor tanto no âmbito mitológico quanto nas reflexões filosóficas. Na mitologia, por exemplo, quase todas as histórias são baseadas em relacionamentos amorosos, como a de Afrodite, deusa do amor, que por amar Ares e trair seu marido com ele sofreu graves conseqüências. E a história de seu filho Eros, também conhecido por Cúpido, era um deus brincalhão que atirava flechas do amor e formava feridas que ardiam no peito dos mortais fazendo com que as pessoas se apaixonassem umas pelas outras.
Em outro momento, porém, Platão, filósofo grego do século V a.C, escreveu em sua obra “Fedro” que a natureza do amor era como a luta de um cocheiro para controlar dois cavalos: um, o desejo físico e a paixão incontrolável; e o outro, um amor que se expressa de maneira mais intelectual e com companheirismo. Isto é, aquilo que se parece mais com a amizade. Esta, por sua vez, foi estudada também por Aristóteles, discípulo de Platão, o qual dizia que, entre várias definições, um tipo de amizade é o desejo de ver o bem do amigo; e o outro valoriza a companhia de alguém e compartilha alegrias e tristezas.
Outros filósofos estudaram a relação entre amor e amizade, são estudos que abrangeriam uma gama de discussões não cabíveis nestas poucas linhas. Mas, principalmente na vida e na literatura, amor e amizade foram retratados como sentimentos diferenciados, mesmo que tão próximos. Enfim, é válido pensar que a amizade é um gesto de amar e respeitar a quem se quer bem, e o amor é uma relação de companheirismo com quem ainda mais se quer bem.

REFERÊNCIAS: Filosofia: grandes pensadores, principais fundamentos e escolas filosóficas. Coleção Publifolha. 2009.

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