quarta-feira, 29 de julho de 2015

O(S) “ELO(S) PERDIDO(S)”

ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM 20 DE JANEIRO DE 2013, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS"

            O mundo da Arqueologia e da Pré-História é de fato fascinante, cheio de mistérios, hipóteses, teorias e descobertas. No século XIX, isso já era interessante pois foi neste período que aconteceram as principais descobertas de fósseis humanóides e foram criadas as primeiras teorias da história natural da origem humana. A busca por essa origem, levou cientistas a desbravarem sítios arqueológicos em diferentes lugares do mundo. Nesta procura, a expressão que os cientistas mais usavam era “elo perdido”, ou seja, o ancestral comum entre o homem e o macaco que iniciou a evolução humana.
            Dentro desta discussão, uma descoberta arqueológica veio para contribuir mais ainda com a busca do “elo perdido”: o Homem de Neanderthal. Era 1856, no vale do Rio Neander, na Alemanha, quando operários encontraram o fóssil de um hominídeo desconhecido e o entregaram ao Prof. Johan C. Fuhlrott. Depois de analisar o fóssil e instigar se o mesmo era o tal “elo perdido”, descobriu-se que ele, tinha somente 40 mil anos de idade, não podendo ser o parente mais antigo do homem. Foi então que, depois de longas pesquisas, descobriu-se que esta espécie viveu na Europa ao mesmo tempo que o Homo sapiens sapiens, mas foi extinta por razões da era glacial ou de guerras.
            Esta discussão sobre a “evolução” humana foi acalorada com a publicação da obra “A Origem das Espécies” de Charles Darwin, em 1859. Nesta obra, o cientista criava a teoria da “seleção natural”, a qual defendia que a origem da espécie humana advinha de uma evolução gradual de milhares de anos; do primata ao Homo sapiens sapiens. É óbvio que tal teoria não agradou a “gregos e troianos” e ocasinou polêmica, em especial ao senso comum que a prima facie dizia que Darwin era louco em afirmar que o homem veio do macaco, desconsiderando, porém, a ideia de evolução gradual que o naturalista inglês tanto salientara.
            A partir de então, novas buscas e descobertas começaram a acontecer ao longo dos séculos XIX e XX, só que agora em novos territórios. Finalmente os cientistas começaram a perceber que a origem do homem não estava na Europa. Acontece que, todas as vezes que um cientista descobria um novo fóssil e mais antigo, pensavam que era o tal “elo perdido”. Foi assim com o Homo erectus de Eugene Dubois (1891), com o “Homem de Piltdown” de Charles Dawson (1912, uma farsa descoberta em 1953), com o Australopithecus africanus de Raymond Dart (1924), com o Australopithecus boisei de Louis Leakey (1957) e seu Homo habilis e com o Australopithecus afarensis de Donald Johanson (1974). Sendo este último o fóssil mais antigo encontrado até então, com 3 milhões e 200 anos.
            Com todos estas descobertas, a ideia de evolução linear da espécie humana foi posta de lado para ascender a teoria de que a evolução do homem na verdade não seguia uma linha única e sim uma grande árvore genealógica. Uma “árvore” que ainda não terminou de ser completada, que depende da arqueologia e da sorte de encontrar fósseis em bom estado. Vê-se, portanto, que a Pré-História de nada tem de estática e distante, é uma ciência atual e mais dinâmica do que nunca!

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