ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM 18 DE NOVEMBRO DE 2012 NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS"
Na semana da “Consciência Negra” é
comum refletirmos sobre o passado da comunidade negra e, principalmente, sobre
suas conquistas na sociedade. Assim, falar a respeito da inserção dos negros no
atual mercado de trabalho, bem como seu acesso à saúde, educação e moradia são
assuntos discutidos neste período. Mas, e na escola? Como trabalhar a semana da
Consciência Negra? O que a sala de aula pode trazer de reflexão aos alunos a
respeito disso?
As aulas de História, assim como as
outras áreas das ciências humanas, têm muito a oferecer sobre este assunto;
afinal não há nada melhor que estudar o passado, a cultura e a memória para se
refletir sobre as problemáticas atuais. Deste modo, discutir a respeito não só
da escravidão, das fugas e das punições são questões importantes sobre a
consciência negra; mas, principalmente, pensar sobre as africanidades, as
heranças culturais e as contribuições dos negros.
Além do mais, tratar destas questões
é algo definido por lei federal no Brasil (lei 10.693/03), onde o ensino de
História insere em seu currículo a “história e cultura afro-brasileira e
africana” como parte integrante da disciplina de História. Neste sentido, o
professor de História deve trabalhar com os alunos a trajetória da cultura
africana e sua relação com a afro-brasileira. Na prática, estes conceitos podem
ser desenvolvidos com os alunos dos 6º, 7º, 8º e 9º anos, haja vista que são
nestes períodos que são trabalhados respectivamente os conteúdos referentes à
África na Antiguidade, Islamismo, Grandes Navegações, Colonialismo, Tráfico,
Escravidão no Brasil, Resistência e Quilombos, Revoltas, Leis Abolicionistas,
Abolição, heranças culturais, Imperialismo, Descolonização e Movimentos de
Libertação Nacional.
Em todos os ciclos escolares, mesmo com
o “tempo apertado”, é possível que o professor de História sempre trabalhe os
conteúdos da história africana e afro-brasileira, para que o aluno construa em
sua mentalidade a importância da contribuição africana na história do nosso
país e a presença do elemento africano em nossa cultura. Sendo assim, fica
visível, e até “natural”, pensar que não há Brasil sem África, visto que foi do
continente africano que saiu grande parte daquilo que chamamos de cultura
brasileira.
É por essas e outras, que o 1º artigo da
lei 10.639/03 declara a importância do “estudo da História da África e dos
Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas
áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil”. Logo, através do estudo da cultura
africana e afro-brasileira, que a História pode contribuir como reflexão na
semana da “Consciência Negra”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário