ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM 21 DE OUTUBRO DE 2012 NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS"
No dia 18 de outubro, que já se
passou, foi comemorado o “dia do médico”. Por isso, seria interessante falarmos
a respeito dos primeiros médicos que se instalaram em Barretos e suas
dificuldades diante uma população que só conhecia os curandeiros. Hoje, com
todos os avanços na área da medicina e o acesso à saúde (mesmo com tantos
problemas), talvez seja difícil imaginar a vida sem os médicos, os hospitais,
os remédios. Mas, assim era Barretos há mais de um século atrás...
No século XIX, quando Barretos ainda
era uma vila e a vida da população se pautava num ambiente ruralizante, quase
não se via médicos por essas bandas. Quando alguém ficava doente, logo se
recorria a um curandeiro para que através de “benzeções”, simpatias e poções se
estabelecesse a cura. O interessante é que muitos destes curandeiros também
eram coronéis, que além de exercer o poder político, acumulavam várias funções
como advogados, professores e até curandeiros! Para se ter ideia da raridade de
um médico, conta-nos Osório Rocha que, por volta de 1890 existia na cidade o
então “médico” “Dr.” João Batista Soares. Mas, depois descobriu-se que este
título não lhe pertencia de fato, porque, na ocasião da Guerra do Paraguai, ele
serviu como soldado ao lado de seu primo João Batista Soares, que era estudante
de medicina. Como o mesmo faleceu durante a guerra, ele assumiu a identidade do
primo e sua função de médico.
Os médicos licenciados começaram a
aparecer em Barretos após a instalação da República em fins do século XIX e início
do XX. Podemos ver alguns nomes deles em propagandas do jornal “O Sertanejo”,
onde se percebe que muitos deles moravam em hotéis, atendiam a domícilio e de
graças aos pobres! Um deles, por exemplo, era o dr. Mathias Lex, que em 1901
foi o responsável pela campanha de vacinação contra a varíola na cidade.
A partir da década de 1910, com a
instalação da Casa de Caridade (1911, na Sociedade Espírita 25 de Dezembro) e
da Santa Casa de Barretos (1921), começaram a se instalar mais médicos na
cidade de Barretos. Sendo válido notar, que a maioria destes doutores
formava-se nas grandes universidades das capitais e depois vinha atuar na
cidade. Dentre eles, podemos destacar o dr. Raymundo Mariano Dias formado pela
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e também o dr. Henrique Pamplona de
Menezes, formado pela mesma universidade no ano de 1884! Médicos como estes
atuaram em vários setores da cidade, e por isso fazem parte da nossa história.
Uma história longa, que adentrou o
século XX e XXI, onde passaram médicos e “causos” interessantes como o dr.
Francolino Galvão de Souza, que fez a primeira cesariana em Barretos no ano de
1934; a dra. Nilda Bernardi, primeira médica mulher da Santa Casa e o dr. Paulo
Prata, que junto com uma equipe e sua esposa, fundou o Hospital de Câncer de
Barretos. São essas e outras histórias que nos fazem perceber a importância dos
médicos, dos hospitais e da saúde na nossa cidade de Barretos.
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