ARTIGO PUBLICADO POR KARLA O. ARMANI NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 8 DE ABRIL DE 2011
O mês de abril parece estar em sintonia com a História do Brasil, sendo este o período em que se comemora o dia do índio, o “descobrimento” e o dia do Hino Nacional. Coincidência ou não, o fato é que o mês de abril está presente na história do nosso país contada em livros-didáticos e até mesmo em atividades escolares. Dentre tais datas comemorativas, o dia 13 de abril é considerado o Dia do Hino Nacional e a história tem muito a revelar sobre isso.
A origem do hino nacional brasileiro remonta aos tempos do início do Império, quando Dom Pedro I alcançou o momento que conhecemos como Independência do Brasil em 1822. Que na verdade nada teve de independência e sim de uma continuidade política e econômica liderada pela corte portuguesa. “Um país independente reinado por um português”, era assim que alguns brasileiros liberais viam a situação do Brasil. Quando Dom Pedro I abdica de seu trono em 7 de abril de 1831 e embarca para Portugal no dia 13, são realizadas várias comemorações, entre elas a execução da melodia do hino nacional (tal como é hoje) composta pelo músico Francisco Manuel da Silva em um teatro na capital do Império. Por isso, o dia 13 de abril ficou conhecido como o dia do Hino Nacional, em comemoração a abdicação e a retirada de Pedro I.
A melodia de Francisco Manuel da Silva, conhecida como “Marcha Triunfal” ou “Hino ao grande e heróico 7 de abril”, foi novamente tocada na posse do jovem Imperador Pedro II em 1840, agora com uma letra que exaltava as qualidades do recente monarca. Este hino, porém, passou por todo o período do segundo reinado (49 anos) sem ser oficializado. A situação iria mudar com o advento de um novo regime, um momento que precisaria apagar os signos do período imperial. Surge a República.
Como o regime republicano se originou por atitudes da elite política brasileira e, por isso, o povo assistiu esta transição “bestializado”, era necessário criar símbolos que se adequassem a este novo período e conquistassem o imaginário popular, de modo que a massa se identificasse com o “novo” modo de se fazer política (que na verdade nada tinha de novo). Foi então que foram criados símbolos como heróis (Tiradentes), a bandeira nacional, a estátua da República romana e outros. No entanto, o hino nacional continuou o mesmo, isto é, com a mesma melodia de Francisco Manuel da Silva, mas sem letra alguma. Era necessário compor uma letra que vigorasse este novo momento no Brasil, que apagasse o passado colonial e ressaltasse as novas luzes brasileiras.
Então, quando chegará esta composição? O que certos versos do hino têm a dizer sobre a história do país? É o que veremos na próxima semana.... Aguardem!
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