ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª KARLA O. ARMANI NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 28 DE JANEIRO DE 2012
Não mudou, não se apagou
a tua sedução / A garoa cai à toa, pra guardar a tradição
São Paulo, num só
minuto, é o Brás, Tietê, Viadutos / Barraca de flores e a multidão
Os pardais em
madrigais, o sol rasgando a cerração / E a noite, com seus pintores, apagando e
acenando em cores / Teu nome no meu coração. (Bezerrinha).
O verso acima é parte da música
“Perfil de São Paulo” composta pelo conhecido músico de Barretos, o Bezerrinha.
Em 1954, esta composição foi eleita a música Hino de São Paulo na ocasião do 4º
Centenário da capital paulista e Bezerrinha foi considerado o melhor compositor
e sua música a melhor do ano. É com estes versos premiados que comemoramos os
atuais 458 anos de fundação de São Paulo, aniversariante no último dia 25.
Ao observar o acelerado cotidiano
que vive os paulistanos, pode se passar despercebida a história que há quatro
séculos e meio vêm sendo construída naquele espaço. Muitos são os problemas que
a megalópole enfrenta em seu dia-a-dia, dificuldades que se concentram no
trânsito estressante, na violência urbana, nas habitações escassas e nas
poluições ambientais, visuais e sonoras. Por outro lado, a maior cidade
brasileira é também o mais dinâmico centro econômico do país, local de maior
fluxo de capitais e de trabalhadores em atividade.
O fato é que este cenário urbano de
aspectos positivos e negativos é resultado de uma história, uma memória que
resiste nas ruas, nos casarões, nos museus, nas universidades e demais
localidades que ali resguardam os ares do passado. São Paulo foi uma cidade
fundada por jesuítas, com destaque aos padres José de Anchieta e Manoel da
Nóbrega, que viram no Planalto do Piratininga um local seguro para se fundar o
Colégio dos Jesuítas, em 25 de janeiro de 1554. A partir de então e durante boa
parte do período colonial, São Paulo tornou-se ponto de partida para aqueles
que queriam se aventurar nas matas interioranas afim de buscar metais preciosos
e aprisionar índios. Este período até pouco tempo atrás, era retratado na
história como a “glória” dos paulistas “heróis”, isto é, os bandeirantes.
Mas foi no século XIX que São Paulo
se destacou na economia e fez de sua sociedade um exemplo de urbanidade e
modernidade. Este período de vigor econômico traduzia-se nas sacas de café que
eram produzidas pelos negros escravizados e, mais tarde, pelos imigrantes
europeus, administradas pelos fazendeiros e exportadas para várias partes do
mundo. O século XIX colocou a capital paulista em destaque no Brasil e preparou
as bases financeiras que no século XX fincaram a industrialização na cidade.
Fenômeno este que cresceu desenfreadamente a ponto de se transformar na
megalópole que ali se manifesta em cultura, tecnologia, mas, também em
desigualdade social.
São Paulo possui muitas faces em sua
história. Sua memória é carregada por diversas particularidades que a diferem
das demais cidades. Entretanto, cada cidade do interior paulista carrega em si
um pouco da capital, afinal uma cidade que completou 458 anos tem muito a
ensinar. Parabéns São Paulo!
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