ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª KARLA O. ARMANI NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 08 DE ABRIL DE 2012
As cidades centenárias que fazem
parte da nossa região certamente têm muito a contar sobre sua história, em
principal no que diz respeito àquelas estórias mais famosas que estão presente
até hoje na memória das pessoas. São contos passados de geração em geração que,
muitas vezes, se transformam em verdadeiras tradições peculiares de cada local.
Se pararmos para pensar, muitas destas cidades têm um crime bárbaro a ser
revelado e “mulheres” assassinadas que se tornaram “santas” populares, conforme
a repercussão de suas histórias e os milagres por elas proferidos. Foi assim
que aconteceu com Maria Patrocínia Brabo, a famosa “Santa Patrocínia” de Monte
Azul Paulista.
“Está
na cidade o distincto moço Miguel Salin Aidar, fazendeiro residente em Villa
Olympia” (Jornal O Sertanejo, 19/9/1909, página 4). Quem lê essa pequena
nota no jornal pode não reparar o teor que ela representava de fato na época. O
jornal “O Sertanejo”, renascido em 1909, era dirigido pelo dr. Antonio Olympio
Rodrigues Vieira, advogado e chefe político de Barretos. Este, era advogado da
família de Miguel Salin Aidar, que antes morava em Monte Azul, mas que por
motivos óbvios mudara-se de lá.
Acontece que, Felippe Salim Aidar
(irmão de Miguel) estava sendo acusado de crime de assassinato contra sua
esposa, fato em que Miguel, também era considerado suspeito. Segundo o
pesquisador Massoneto, de Monte Azul, Felipe (nascido na Turquia) casou-se com
Maria Patrocínia, espanhola, em julho de 1908, quando a cidade ainda florescia
nos seus anos iniciais de fundação. Porém, este casamento não foi benquisto
pela família de Felipe, uma vez que Jorge (outro irmão de Felipe) já era casado
com Purificação, irmã de Patrocínia. Segundo os indícios, a família turca,
naquela época, tinha como princípios religiosos que os irmãos não poderiam se
casar com mulheres que não fossem da mesma origem que eles (o que já tinha
ocorrido com Jorge e Purificação), e que dois irmãos não poderiam se casar com
duas irmãs.
Como Felipe estava apaixonado por
Patrocínia, que então contava com 15 anos, eles se casaram as escondidas. Mesmo
com o clima de romance que ambos viviam (segundo os depoimentos daquele
período), ela foi assassinada a facadas em 20/11/1908 depois de ter pegado um
caminho nas matas rumo à casa de sua irmã, acompanhada pelo marido Felipe.
Este, depois do crime bárbaro, fugiu rumo às divisas de SP e MT, mas foi
encontrado e levado a júri. Foi julgado cinco vezes, onde teve dr. Antonio
Olympio e outros advogados em sua defesa. No último julgamento, em 1911, foi
prolatada sua sentença a 16 anos e seis meses de prisão, mesmo com as
contestações de seus advogados. No entanto, sabe-se que Felipe ficou preso
somente 9 anos e alguns meses na Cadeia Pública de Bebedouro; sendo “perdoado”
em 1918.
Assim parecia terminar a história do
assassinato de Patrocínia, fato que é muito mais complexo do que estas poucas
linhas. Porém, sua morte teve uma repercussão tão grande pelo povo de Monte
Azul no início do século XX, que até hoje é rememorada entre parte dos
moradores. Inclusive, duas capelas foram erigidas em sua homenagem, uma no
cemitério e outra no local do crime. E quanto ao “nosso” dr. Antonio Olympio?
Percebem como as histórias das cidades são interligadas?! Esta é a história
regional.
Fonte: MASSONETO, João F. Patrocínia: a verdadeira história. In: Monte Azul Paulista – a
história de sua existência. SP, 2009.
3 comentários:
Bom dia, primeiramente confesso que fiquei muito agradecido de ver uma matéria muito bem redigida a Santa Patrocínia na qual tenho gral de parentesco pois ela era tia segunda de meu pai que também nasceu em Monte Azul Paulista. Um detalhe que não sei se a professora saiba é que quando foi aberto seu caixão p exumação ela ainda estava intacta mesmo depois de décadas de sua morte, e que até hoje é creditado a ela vários milagres. Minha esposa é médium vidente e sensitiva e quando a levei p conhecer a capela onde ela foi morta, minha esposa ficou muito emocionada e tremula de tanta energia emanada do local , tal era a energia que as mãos começou a suar e seu rosto ficou vermelho. Um homem dizendo ser um escritor de São Paulo capital procurou meu pai em Mirassol no início dos anos 90 para saber sobre a Santa pois estava escrevendo um livro sobre o caso e que seria levado ao Vaticano para uma possivel canonização.
Att.José Alexandre Drigo.
Bom dia, primeiramente confesso que fiquei muito agradecido de ver uma matéria muito bem redigida a Santa Patrocínia na qual tenho gral de parentesco pois ela era tia segunda de meu pai que também nasceu em Monte Azul Paulista. Um detalhe que não sei se a professora saiba é que quando foi aberto seu caixão p exumação ela ainda estava intacta mesmo depois de décadas de sua morte, e que até hoje é creditado a ela vários milagres. Minha esposa é médium vidente e sensitiva e quando a levei p conhecer a capela onde ela foi morta, minha esposa ficou muito emocionada e tremula de tanta energia emanada do local , tal era a energia que as mãos começou a suar e seu rosto ficou vermelho. Um homem dizendo ser um escritor de São Paulo capital procurou meu pai em Mirassol no início dos anos 90 para saber sobre a Santa pois estava escrevendo um livro sobre o caso e que seria levado ao Vaticano para uma possivel canonização.
Att.José Alexandre Drigo.
Olá! Não sei se você verá essa resposta, mas eu gostaria de saber se você e sua esposa tem interesse em falar um pouco sobre a experiência da visita a capela? Sou aluna de Radio TV e Internet da Unesp e estou produzindo uma obra sobre a Patrocínio e queria falar com pessoas que gostaria de falar sobre ela
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