Nesta época do ano tornou-se comum para muitas pessoas a prática de refletir sobre os erros e as conquistas galgadas durante o ano que finda. O mês de dezembro incita-nos a reflexões, talvez pela grande quantidade de mensagens que recebemos dos amigos, o fato é que nesta época do ano muitas pessoas buscam o auto-conhecimento. Para os religiosos o momento é propicio para agradecimentos e orações, para aqueles que trabalham demais a época é boa para tirar férias, para os recém-formados o período é favorável a planejamentos e para mim, professora há um ano, o momento é de pura reflexão. Desta maneira, tomando a liberdade de escrever um artigo em primeira pessoa, gostaria de fazer uma breve retrospectiva das experiências novas que vivenciei neste ano e compartilhá-las de com os leitores amigos.
Assim que terminei a faculdade de História bateu o desespero. Pensei: “E agora? Professora?”. Mas, ao contrário do que possa parecer, a minha dúvida não era se eu seria professora em 2010 e sim se eu estaria preparada para ser professora em 2010, pois ensinar é sobretudo um ofício que exige dedicação e paciência. Sai da faculdade com a cabeça fresca cheia de ideais inovadores, buscando aplicar os ensinamentos do mestre Paulo Freire e, neste sentido, eu refletia: “Como ensinar os conceitos de História, as noções de cidadania e ética e estimular o respeito ao próximo e a prática do amor?”. Sim, porque é na escola que aprendemos tudo isso e era isso que eu precisava ensinar, incentivar e disseminar entre meus alunos. Afinal ser Professora de História não é só ensinar História, é ir além disso, é usar o passado para atingir a vida cotidiana dos jovens e transgredi-los à cidadania, a convivência social, ao respeito, ao amor.
Eu tinha noção do tamanho da minha responsabilidade, posto que incentivar os jovens de hoje a valorizar o estudo do passado e preservá-lo não seria nada fácil. Muitos destes jovens não conseguem enxergar a importância de se estudar História e cabia a mim não só fazê-los valorizar a disciplina, bem como ensiná-la de um modo fácil e acessível. O meu maior medo era a falta de experiência, mas, esta eu conquistei aos poucos e hoje as divido com vocês. De uma professora inexperiente há um ano, hoje tenho algo a dizer.
Percebi que tudo isso faz parte de um processo e eu apenas iniciei este processo. Confesso que a sala de aula nunca é aquilo que imaginamos quando se sai da faculdade, mas é uma aventura insaciável. Passei dias preparando a primeira aula e até a última me dediquei ao máximo para preencher a falta de experiência. Hoje vejo que foi esta preocupação com a experiência que me faz capaz de dizer, sinceramente, que ser professora, hoje, é difícil sim, mas, não há outra profissão no mundo que desperte tão profundo os valores humanos. São em pequenos gestos no dia-a-dia como os “bom dia”, o saber ouvir, saber esperar, saber falar, as broncas necessárias e os debates críticos que fazemos grandes homens e grandes mulheres. Aos meus colegas e meus alunos, o meu reconhecimento neste ano de 2010.
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