Todos os meses várias revistas lançam reportagens inéditas sobre variados temas de curiosidades da história da humanidade, um trabalho deveras importante para a atualização da história. É bem verdade que, muitas vezes, tais reportagens são superficiais, sem embasamento cientifico, porém, são curiosas aos olhos das pessoas que gostam de história e sempre realçam o trabalho de historiadores e suas pesquisas sobre específicos assuntos. Periodicamente, a Revista Aventuras na História lança a coluna “Como fazíamos sem?”, assinada por diferentes escritores, e neste mês o tema foi “Teste de Gravidez”, um tema bastante interessante que nós faz pensar: como as mulheres do passado faziam para saber se estavam grávidas?
O Egito Antigo foi uma das primeiras civilizações a se formar na Antiguidade Oriental e foi também uma das mais inteligentes, com práticas caseiras que respondiam a muitas dúvidas da ciência. A mulher egípcia quando queria saber se seria uma futura mamãe tinha de fazer xixi em cima de sementes de trigo ou cevada por dias seguidos. Se as sementes germinassem, o resultado era positivo e ela teria certeza de que um bebê estava a caminho.
Ainda no Egito, era comum a observação da urina em busca de transformação no seu visual, mas foi na Europa Medieval que esta pratica se intensificou. A ideia era observar a aparência do líquido, para isso a mulher colhia uma amostra de sua urina e esta era misturada ao vinho ou a outras bebidas alcoólicas. Conforme a reação dos fluidos químicos e a coloração da mistura, o resultado apontaria para uma futura gestação.
Mas foi na transição do século XIX para o XX que cientistas começaram a desvendar os melhores métodos de detecção de uma gravidez. Tudo começou com os estudos do inglês Ernest Starling, o qual identificou substâncias liberadas por glândulas que foram chamadas por ele de hormônios. Foi esta descoberta que permitiu os estudos do hormônio HCG, presente na placenta e em conseqüência no xixi. O HCG logo passou a ser usado como uma maneira de identificar uma possível gravidez e depois de algumas pesquisas passou a estar presente em exames de laboratórios. Os testes de gravidez, baseados no HCG, que encontramos em farmácia nos dias de hoje chegou ao mercado americano a partir da década de 70, não obstante à pílula anticoncepcional.
Então, o que poderíamos dizer diante esta breve linha do tempo dos testes de gravidez? O que todos os testes de gravidez, utilizados em diferentes épocas, possuíam em comum?
Ora, todos estes procedimentos, cada um a sua maneira e a sua época, tiveram em comum o uso da urina para identificar os novos rumos da vida de uma mulher e seu suposto bebê. Por fim, mais uma vez, percebemos o quão parecido somos com os nossos antepassados e como a inteligência deles caminha junto a nossa. Pensemos.
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP), EM 3 DE DEZEMBRO DE 2010.
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