quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O NASCIMENTO DO HOSPITAL: UMA CONQUISTA DE TODOS!

ARTIGO PUBLICADO POR KARLA O. ARMANI NA REVISTA "AÇÃO E VIDA" DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE BARRETOS - 9/1/2011

             Na década de 10, quando Barretos tinha pouco mais de meio século de fundação, a ideia de construir um hospital para a comunidade era há tempos discutida entre as autoridades políticas. Desde 1911, o único estabelecimento de saúde em Barretos era a “Casa de Caridade” que funcionava nas dependências da Sociedade Espírita “25 de Dezembro”. A “Casa de Caridade” funcionou até 1920, foi seu diretor-clínico o médico maranhense Raymundo Mariano Dias. Registros comprovam que, num período de um ano e meio, sete médicos atenderam aproximadamente duzentas e quarenta pessoas de Barretos e região. Um número deveras expressivo perante as condições estruturais da casa espírita da época. Os médicos que lá trabalhavam em prol dos indigentes são os mesmos que aparecerão nos anos iniciais da Santa Casa de Barretos.
                Mesmo com tamanha dedicação da Sociedade Espírita, era necessário ampliar a saúde pública de Barretos e fundar uma instituição profissional que fornecesse um local seguro e acolhedor para realizar os tratamentos e cirurgias dos doentes. Ao que se consta, tudo começou com a primeira reunião na casa do pároco José Martins, em 15 de janeiro de 1917, quando foi fundada a “Comissão Promotora da Fundação da Casa de Misericórdia de Barretos”. Meses depois, em agosto, outra reunião se realizou, agora na Praça Francisco Barreto, onde o Padre José Martins anunciou a doação do terreno foreiro da Igreja para a construção do prédio do hospital de Barretos. Ainda mais, na mesma reunião era eleita a Diretoria Provisória, tendo José Garcia Vassimom como presidente; para vice-presidente o Pe. José Martins; secretário João Machado de Barros e tesoureiro Francisco Conde.
                A história demonstra que muitas pessoas da cidade entraram em consonância com a campanha para angariar fundos em prol da construção do hospital que foi merecidamente denominado “Casa de Misericórdia de Barretos”. Isso é tão verdade que no dia do lançamento da primeira pedra do hospital, 30 de janeiro de 1918, a cidade parecia estar em festa. A fotografia deste dia, guardada com carinho pelo hospital, revela as festividades que animaram a tímida população barretense no dia tão esperado. Veem-se pessoas atentas aos discursos, vestidas com trajes elegantes da época, os homens de chapéu e mulheres com longos vestidos, um grupo de escoteiros se apresentando, fanfarras uniformizadas das escolas, estandartes de procissões e muita alegria.
Em nove de janeiro de 1921 foi realizada a nomeação da primeira mesa administrativa da instituição, data hoje reconhecida pelo hospital como seu marco de fundação. Em abril do mesmo ano, quando de fato se inaugurou a Santa Casa de Misericórdia de Barretos, as fotografias também destacaram as festividades da comemoração, sendo o primeiro provedor dr. Pedro Paulo de Souza Nogueira e o primeiro diretor clínico dr. Henrique Pamplona de Menezes. Pessoas de todos os tipos encontravam-se naquela ocasião, que marcou o primeiro sopro de vida do hospital.
                Muitas histórias se sucederam e cada conquista do hospital da vida tem sido muito comemorada entre os barretenses. E a caminhada não para... muito se tem a conquistar e a comemorar.



REFERÊNCIAS: Acervo documental e iconográfico da Santa Casa de Barretos e
da Sociedade Espírita “25 de Dezembro”.

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