ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 26 DE JANEIRO DE 2021 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
Butantan é, provavelmente, a
palavra mais dita nos últimos dias. Todos falamos sobre o Instituto de
denominação indígena que trouxe ao Brasil a primeira vacina contra o vírus que
ora nos assola. Butantan é quase significado de “esperança”.
Um dos fatores que o governo
paulista, então negociador da CoronaVac, adotou para validar a vacina foi a
seriedade do Instituto Butantan em relação à história da saúde pública
brasileira. Afinal, prestes a completar 120 anos de fundação, carrega em sua
bagagem estudos e conquistas de vacinas importantes no Brasil: Meningite
(1920), Hanseníase (1922), Antivariólica (1925), BCG (1926), Difteria (1927), Influenza
(1948), Febre Amarela (1953), Poliomielite (1962), DTP (1963), Cólera (1971),
Sarampo (1972), Encefalite (1977), Hepatite B (1999); somente para citar
algumas, além dos soros contra toxinas de animais peçonhentos e microrganismos.
É paulista e republicana sua origem, quando a
partir da criação da “Inspectoria de Hygienne do Estado de São Paulo” (1892) e
da organização do Serviço de Saúde Pública de São Paulo (1898), a saúde pública
no estado passou a ser institucional. Naquele período, doenças como a peste
bubônica, febre amarela, tuberculose e varíola causavam epidemias na população.
Tanto que, é da mesma época a origem da Fundação Oswaldo Cruz, em 1900, cujo
nome era “Instituto Soroterápico Federal”, atuante no Rio de Janeiro. Devido a
um surto de peste bubônica no porto de Santos, em 1899, foi criado um laboratório
de produção de soro antipestoso junto ao Instituto Bacteriológico (atual
Instituto Adolfo Lutz), instalado na “Fazenda Butantan”, de propriedade do
governo paulista. Em fevereiro de 1901, tal laboratório tornou-se autônomo e
passou a denominar-se “Instituto Serumtherápico”; anos mais tarde, Instituto
Butantan.
Ainda é tempo de reconhecer que o
fator de credibilidade do Butantan se encontra na trajetória acumulativa de
vacinas e soros que salvam vidas há 120 anos. Mais de um século prestando serviço
de saúde pública aos brasileiros. Viva o Butantan!
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