segunda-feira, 31 de maio de 2021

A Rua da Lindeza

 ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 25 DE MAIO DE 2021 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS   

            No início, ela tinha o nome de Rua do Comércio, ainda no final do século XIX. Não demorou muito e seu nome mudou para Rua Prudente de Moraes. Foi em 1915, no entanto, que as ruas em Barretos passaram a ser denominadas com números pares e as avenidas ímpares, e, deste modo, ela passou a ser chamada de “Rua 14”. Mesmo assim, seu nome era para ter sido outro – e por pouco não o foi: a Rua da Lindeza.

            É Osório Rocha quem conta sobre a Rua da Lindeza, em páginas esporádicas de seu Barretos de Outrora. Exemplifica que, repetidas vezes, ela chegou a ser assim registrada em escrituras de cartório. Popularmente, a rua 14 era conhecida desta forma pois era muito linda e tinha se tornado a via pública mais importante da cidade, desbancando, inclusive a Rua 8 (que tinha se formado primeiro). Os motivos para tal não eram somente seus casarões e palacetes, mas a imponência do Colégio São João, os cartórios ali estabelecidos, bem como hotéis, clínicas médicas, farmácias e comércio de fino trato. Ademais, era ali que se fixavam os instrumentos de cultura e recreação, como a Sociedade Instrução e Recreio, a redação de “O Sertanejo”, a primeira sede do Grêmio Literário e Recreativo, o salão musical da Euterpe e outros.

            Foi a rua em que se estabeleceu a primeira sede da Intendência Municipal (prefeitura), além de ter sido o destino, na primeira oportunidade da Câmara Municipal, de 20 lampiões como melhoramento ao local. É claro que com o passar das décadas, outros comércios e residências se estabeleceram com construções arquitetônicas variadas. O sobrado da família Nogueira, onde funcionou o Banco de Barretos, à esquina da 23, e a casa do jornalista Emílio José Pinto, junto a outros casarões de encher nossos olhos de beleza, são as edificações que ainda resistem por ali.

            Se no começo do século XX, com parcos recursos urbanos, ela já era uma lindeza, imagine com o contar das décadas? (Mesmo quando perdeu seus paralelepípedos). Que a Rua da Lindeza permaneça conservada!

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