ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 25 DE SETEMBRO DE 2012 PELA PROFª KARLA O. ARMANI
Nos últimos dias, um assunto em
comum tomou conta do cotidiano das pessoas (principalmente as barretenses): o
clima, o calor insuportável em pleno fim de inverno. E talvez nesta semana,
este assunto ganhe ainda mais destaque. Isso porque, no último final de semana, se
inicia a estação da Primavera no hemisfério sul, e o clima tende a sofrer ainda
mais mudanças. A estação da primavera é considerada por muitos como o período
mais bonito do ano por conta do florescimento das plantas, árvores e
jardins.
Para nossa sociedade, onde poucas
pessoas observam a beleza da natureza primaveril, isso pode passar
despercebido. No entanto, na época da Grécia Antiga, quando tudo era explicado
pelos mitos, os gregos sentiram necessidade de esclarecer a diferença de clima
e de paisagem entre as estações de florescimento e fertilidade (primavera e
verão) e aquelas de mais seca e frio (outono e inverno). Para os gregos,
explicar a origem dos fenômenos da natureza era uma necessidade, aliás, era
mais do que isso; fazia parte do próprio cotidiano grego, independente da casta
social, falar a respeito de suas lendas. Mitos que sempre eram baseados nas
histórias dos seus vários deuses e deusas. Naquela época, as lendas politeístas
eram transmitidas pela tradição oral e isso só foi rompido a partir do
nascimento da filosofia e da ciência, que substituíram as explicações míticas.
Com a finalidade de entender a
diferença entre as estações do ano, existia a lenda de “Deméter” (deusa do
interior da terra, ligada à fertilidade do solo) e sua filha “Perséfone”.
Contava-se que Hades (deus do mundo subterrâneo, “inferno”), buscando encontrar
uma esposa, decidiu raptar Perséfone. Foi então que, Deméter, mãe de Perséfone,
saiu a sua procura tanto no Olimpo (morada dos deuses) quanto na Terra. Por
conta de não achar sua filha, Deméter ficou preocupada, irada e muito triste e
tais sentimentos teriam causado uma seca prolongada, já que ela era a deusa da
fertilidade do solo. Para tentar acalmá-la, Zeus (deus dos deuses) resolveu
intervir e fez um trato com seu irmão Hades: Perséfone teria que passar seis
meses do ano ao lado de Hades no mundo subterrâneo, e os outros seis ela
estaria “liberada” para passar ao lado da mãe. Isso, para os gregos, explicaria
a origem do inverno, ou seja, seria o período em que Perséfone estaria ao lado
de Hades e sua mãe muito triste. Por outro lado, os seis meses de fertilidade e
flores (primavera e verão) seria o tempo em que a moça passaria ao lado de sua
mãe.
Essa é uma das lendas gregas que serviam
para explicar fenômenos da natureza, como, por exemplo, as quatro estações do
ano. É muito interessante perceber o imaginário do povo grego da Antiguidade,
onde a necessidade de explicar as coisas levou a construção de mitos que se
perpetuaram ao longo do tempo. Mitos que não podem ser meramente considerados
como “mentiras”, afinal eles eram construídos de acordo com a mentalidade, a
cultura e a história daquela época. Logo, aprender mitologia grega é mais do
que ler sobre lendas que podem parecer “estranhas”, é viajar no universo de uma
das maiores civilizações da humanidade, a Grécia.
2 comentários:
Muito bom os artigos Karla. Adicionei seu blog no meu também.
Beijos até
muito bom mesmo,esse artigo ta mim inspirando para responder um trabalho de física relacionado a demeter e explorar meus conhecimentos sobre a questão do tempo.
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