ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM MARÇO DE 2013, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS"
Por muito tempo, a Pré-História foi
um assunto pouco discutido e estudado tanto no ambiente escolar, quanto nos
debates midiáticos. Porém, esta fase tem se revelado importantíssima para a
compreensão do passado da humanidade. Isso porque foi neste período que processos
“revolucionários” contribuíram para a evolução social e tecnológica dos homens.
Pode parecer estranho usar a palavra “revolução” para designar processos na
fase da Pré-História, mas já que este termo serve para mencionar grandes
mudanças, de fato podemos afirmar que esta fase foi “revolucionária”.
O estudioso que lançou o termo
“revolução” para tratar da Pré-História foi o australiano Gordon Childe, uma
referência aos estudiosos dos “tempos das cavernas”. Especializado em
arqueologia, Childe (1892-1957) ficou conhecido por suas expedições
arqueológicas e por ter teorizado os termos “Revolução Agrícola” e “Revolução
Urbana”; sendo por isso eternizado como um estudioso marxista. O interessante
de sua teoria é que ele conseguiu demonstrar a importância da Pré-História, pois
nos períodos Paleolítico e Neolítico se desenvolveram os processos de
agricultura e de urbanização e os mesmos repercutiram na estrutura social,
econômica e cultural dos povos primitivos.
É bem verdade que, oficialmente, a
Pré-História é dividida em vários períodos, que na verdade fazem menção aos recursos
tecnológicos de cada época (pedra lascada, pedra polida, idade do cobre, do
bronze, do ferro). Mas, Gordon Childe demonstrou que os principais processos do
período pré-histórico aconteceram em suas primeiras fases: no Paleolítico para
o Neolítico, e do Neolítico para o início das primeiras civilizações.
Na transição do Paleolítico para o
Neolítico, os homens cada vez mais se afastavam das atividades de caça, coleta
e do nomadismo para se tornarem sedentários, praticantes da agricultura e da
criação de animais. Este longo processo que desembocou na agricultura,
ocasionou o aumento demográfico – uma vez que, sedentários, os grupos podiam
dispor de mais alimentos e isso lhes davam garantia para a reprodução. Por
isso, este processo ficou conhecido como “Revolução Agrícola”, dada a sua
importância. Já a fase do Neolítico para a Idade Antiga, propiciou a
transformação de pequenas aldeias neolíticas, de economia grupal e
autossuficiente, em verdadeiras cidades populosas com atividades
manufatureiras! Tratava-se, pois, da Revolução Urbana. É claro que isso demorou
vários milênios para acontecer, inclusive essa transformação de aldeias em
cidades ocorreu pela difusão e influência que as cidades-mães tinham nas menores.
E é assim que estes dois processos,
teorizados por Childe, compõem a essencia da Pré-História. Sendo esta, uma fase
primitiva da humanidade, é verdade, e ainda sim revolucionária!
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