quarta-feira, 25 de abril de 2018

A PRÉ-HISTÓRIA E SUAS REVOLUÇÕES


ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM MARÇO DE 2013, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS"

            Por muito tempo, a Pré-História foi um assunto pouco discutido e estudado tanto no ambiente escolar, quanto nos debates midiáticos. Porém, esta fase tem se revelado importantíssima para a compreensão do passado da humanidade. Isso porque foi neste período que processos “revolucionários” contribuíram para a evolução social e tecnológica dos homens. Pode parecer estranho usar a palavra “revolução” para designar processos na fase da Pré-História, mas já que este termo serve para mencionar grandes mudanças, de fato podemos afirmar que esta fase foi “revolucionária”.
            O estudioso que lançou o termo “revolução” para tratar da Pré-História foi o australiano Gordon Childe, uma referência aos estudiosos dos “tempos das cavernas”. Especializado em arqueologia, Childe (1892-1957) ficou conhecido por suas expedições arqueológicas e por ter teorizado os termos “Revolução Agrícola” e “Revolução Urbana”; sendo por isso eternizado como um estudioso marxista. O interessante de sua teoria é que ele conseguiu demonstrar a importância da Pré-História, pois nos períodos Paleolítico e Neolítico se desenvolveram os processos de agricultura e de urbanização e os mesmos repercutiram na estrutura social, econômica e cultural dos povos primitivos.
            É bem verdade que, oficialmente, a Pré-História é dividida em vários períodos, que na verdade fazem menção aos recursos tecnológicos de cada época (pedra lascada, pedra polida, idade do cobre, do bronze, do ferro). Mas, Gordon Childe demonstrou que os principais processos do período pré-histórico aconteceram em suas primeiras fases: no Paleolítico para o Neolítico, e do Neolítico para o início das primeiras civilizações.
            Na transição do Paleolítico para o Neolítico, os homens cada vez mais se afastavam das atividades de caça, coleta e do nomadismo para se tornarem sedentários, praticantes da agricultura e da criação de animais. Este longo processo que desembocou na agricultura, ocasionou o aumento demográfico – uma vez que, sedentários, os grupos podiam dispor de mais alimentos e isso lhes davam garantia para a reprodução. Por isso, este processo ficou conhecido como “Revolução Agrícola”, dada a sua importância. Já a fase do Neolítico para a Idade Antiga, propiciou a transformação de pequenas aldeias neolíticas, de economia grupal e autossuficiente, em verdadeiras cidades populosas com atividades manufatureiras! Tratava-se, pois, da Revolução Urbana. É claro que isso demorou vários milênios para acontecer, inclusive essa transformação de aldeias em cidades ocorreu pela difusão e influência que as cidades-mães tinham nas menores.
            E é assim que estes dois processos, teorizados por Childe, compõem a essencia da Pré-História. Sendo esta, uma fase primitiva da humanidade, é verdade, e ainda sim revolucionária!

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