ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM MAIO DE 2015, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS"
São muitas as pessoas que se interessam em estudar e
conhecer a história da cidade onde nasceu ou vive com a família. Geralmente,
essa “história da cidade” pode ser conhecida por meio de livros, passeios
turísticos, roteiros educativos, visitas museológicas e em aulas de História.
No entanto, é importante ressaltar a maneira como essa história é escrita,
pesquisada e disseminada ao público-alvo; à comunidade.
O nome oficial e “acadêmico” desta vertente é “História
Local”, ou “História Regional” dependendo do enfoque do trabalho. Essa História
Local, em poucas palavras, e utilizando as teorias do pensador Michel de
Certeau, é uma operação histórica em que se mescla um lugar social, práticas
científicas e a escrita. Isto é,
para se produzir a História Local, é necessário, além do recorte temporal e
espacial, a metodologia de pesquisa
científica através do estudo analítico de fontes históricas, teorias de
historiadores e texto com rigor acadêmico. Deste modo, a História Local, assim tratada, é uma refinada
prática da historiografia e da história produzida como ciência.
Escrever historicamente sobre o “local”, bairros,
comunidades, províncias e pequenas regiões, é uma prática existente desde os
tempos em que os europeus iniciaram estudos sobre feudos, famílias e conflitos
antigos. No Brasil do início do século XX, esse tipo de História era escrito
principalmente por intelectuais letrados (advogados e jornalistas), não
formados em História. A esses amantes do texto histórico-literário, estudos
atuais da ANPUH dão o nome de “amadores” ou “memorialistas”; os quais apesar de
não seguirem o rigor científico da História, contribuíram de sobremaneira ao
pioneirismo dos estudos sobre o passado e à memória das cidades brasileiras.
Nos tempos atuais, cada vez mais a História Local é
escrita por historiadores que se preocupam não somente com a cientificidade de
seus textos, comprovando suas análises e fontes; mas principalmente por
estudarem temáticas diversas, grupos anônimos, biografias esquecidas e
patrimônios importantes. Assim sendo, a História Local mostra-se como uma
produção materializada pela beleza da memória e pelo requinte da ciência.
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