Mais um feriado histórico se aproxima, o 7 de setembro,
dia oficial da Independência do Brasil. Data em que o imperador português Dom
Pedro I se eternizou como símbolo de liberdade política e jurídica do Brasil;
colônia de seu país natal por mais de trezentos anos. Acontece que, na maioria
das vezes que se fala neste assunto tem-se o costume de discutir a respeito da
figura de Dom Pedro, do patriarca José Bonifácio, da situação de Portugal e
etc. No entanto, hoje o foco será outro: o contexto histórico do século XIX em
que não só o Brasil vivia, bem como vários países da América que lutavam por
sua independência das metrópoles ibéricas.
Neste raciocínio, se faz necessário lembrar e discutir a
respeito de como as colônias espanholas na América se tornaram independentes e
da diferença com o Brasil. A começar, existe a efetiva participação da elite
burguesa criolla (comerciantes) e de
setores populares em verdadeiras guerras de independência contra a corte
espanhola. Guerras que moveram as colônias americanas em busca dos ideais de
liberdade política e econômica, influenciados pelo Iluminismo europeu e pelo
exemplo de independência dos Estados Unidos. Após tais guerras, as ex-colônias
da Espanha conseguiram sua independência e tiveram como consequência a
instalação de um novo regime político, a República, o estímulo burguês e a
fragmentação dos antigos reinos em países menores.
Comparando tais feitos do mesmo século XIX com o Brasil,
veem-se grandes diferenças. Uma vez que, para a realização da independência
pouco se enxerga de guerras, principalmente envolvendo os setores populares. Ao
contrário, sabe-se que a independência brasileira ocorreu por manipulação e
controle da própria corte portuguesa aliada a uma elite agrária que temia a
fragmentação do território, a perda de suas terras e a libertação de seus
escravos. Além disso, após a independência, o Brasil não experimentou os ares
do republicanismo, e sim caiu em uma monarquia que duraria 67 anos em mãos “portuguesas”.
Éramos a única monarquia na América do século XIX.
Enfim, analisando superficialmente a independência da
América Espanhola e do Brasil, ambos da mesma época, são inevitáveis as
comparações e também o pensamento do “se”. E “se” tivéssemos vivido a
independência popular e o republicanismo mais cedo? Porém, não é o “se” que a
História estuda... No caso, a “sorte” já foi lançada!
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