ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM JULHO DE 2015, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS"
O feriado de 9 de julho se aproxima, e logo vem à tona
notas e curiosidades sobre a “Revolução Constitucionalista de 1932”, a guerra
civil em que o estado de São Paulo lutou contra as tropas do governo federal de
Getúlio Vargas. Todos os anos nesta data historiadores se dedicam a falar sobre
a causa deste conflito, os principais combates, os soldados constitucionalistas,
o desfecho e até curiosidades sobre peculiaridades da Revolução em cidades
paulistas. Deste modo, faz-se necessário estudar e falar mais a respeito do que
aconteceu após a Revolução de 1932, como por exemplo, a questão ideológica que
se formou diante à intelectualidade paulista: o enaltecimento do estado de São
Paulo como aquele que teria se esforçado para o engrandecimento do país todo.
Sabemos que a Revolução Constitucionalista de 1932 em sua
prática não aconteceu somente por conta da retomada constitucional ou da
legalidade do país, que então começava a viver a ditadura de Vargas. Este
conflito militar ocorreu principalmente em nome de uma elite paulista que,
então afastada do poder, almejava a volta de sua hegemonia política e econômica
(diante à crise cafeeira). Por ambos os motivos, o fato é que o conflito
aconteceu por pelo menos 3 meses, e paulistas de centenas de municípios se
mobilizaram para defender aquilo que chamavam de a “causa paulista”.
Discursos, cartazes, desfiles, campanhas, livros,
melodias e comentários em rádios serviam de estímulo aos paulistas que se sensibilizam
pela causa. Era necessário criar discursos de identidade ao povo paulista e à
luta que se serviam, de modo que a Revolução ganhasse mais vida. Foi assim que
intelectuais como Affonso d.E’ Taunay, Menotti del Picchia, Alcântara Machado,
Cel. Taborda e tantos outros se dedicaram a compor obras literárias, notas
jornalísticas e até discursos em tons poéticos com àquela finalidade.
Neste ínterim, quando finda a Revolução e os paulistas se
veem diante à derrota militar, para onde vão as tais palavras poéticas da causa
paulista? Pois bem, o discurso se remonta. Retoma sua tradição e cria novas
elucubrações. Após o ano de 1932, vê-se nascer um discurso que enaltecia São
Paulo como a terra de um passado bandeirante glorioso e de um presente de
grandiosa prosperidade econômica. (Re)nascia, assim, o discurso bandeirante
paulista. E Barretos nisso tudo? Bem, este é o assunto da próxima semana.
Também tivemos nossos intelectuais do discurso bandeirante.
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